São Paulo, domingo, 04 de fevereiro de 2007


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FRANQUIAS À MÃO

Menor, franquia está mais acessível

Expansão de 12% no setor amplia oferta de modelos mais econômicos, a partir de R$ 15 mil

Renato Stockler/Folha Imagem
Fábio Netto, da 24x7 Cultural, franqueia máquinas de livros


ANDRESSA ROVANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Se há alguns anos a idéia de iniciar uma franquia estava restrita ao investimento de altas cifras, hoje, e cada vez mais, há oferta de modelos que se encaixam em quase todos os bolsos.
Um sinal disso está nos 12% que o setor de franquias cresceu em 2006 -em parte, avaliam especialistas, puxados pela criação ou expansão de marcas mais acessíveis e menores.
Isso se deve sobretudo a duas frentes: para ampliar os pontos comerciais, empresas têm lançado mão de modelos mais enxutos, que se adaptam a espaços cada vez mais limitados, como quiosques.
Em paralelo, para avolumar o leque de empresários, há redução no custo inicial do negócio -que pode excluir royalties ou taxa de franquia, por exemplo.
"Para crescer, as franquias têm de entrar com novos formatos de pontos-de-venda", diz João Baptista Jr., diretor da ABF. A própria redução dos modelos é responsável pela queda no investimento inicial.
Com isso, há formatos em que, fora o ponto comercial, R$ 15 mil bastam para fazer parte de uma grande rede.
"O porte [das unidades] diminuiu tanto para caber no bolso de novos investidores como para favorecer sua expansão no mercado", confirma Ana Vecchi, da Vecchi&Ancona. "Em breve, teremos a franquia-prateleira", brinca a consultora.
O empresário Fábio Bueno Netto, 47, não está longe disso: as máquinas de vender livros que oferece para franquear não chegam a ocupar sequer 2 m2.
Ele pretende, na próxima semana, acelerar o processo de expansão dos modelos. Conhecidas em São Paulo por estarem presentes em pontos de alto fluxo de pessoas, as unidades exigem baixo investimento e pouco espaço. Sua empresa conta com 21 máquinas instaladas, sendo duas franqueadas.
Entre outros pontos positivos do modelo reduzido, o franqueado, ao ter mais contato com o consumidor, tem maior giro nas vendas.
O número de roubos, em contrapartida, também pode crescer, exigindo investimentos em segurança, diz Vecchi.

Custo embutido
Pagar menos nem sempre significa investir bem. "Não se pode criar a expectativa de que modelos alternativos exijam menos investimento", destaca João Baptista Jr. "Não existe franquia cara ou barata, mas a que se encaixa no investimento inicial", complementa Vecchi.
De acordo com os consultores, modelos enxutos de franquia podem funcionar para boa parte dos segmentos franqueados, como alimentação, acessórios, serviços e perfumaria.
Mas o especialista em franchising Marcelo Cherto alerta para os custos fixos incluídos. "Às vezes é preciso replicar toda a estrutura de informática, pessoal, instalação etc., provocando uma "deseconomia" de escala." E exemplifica: "Pode ser que seja vantajoso abrir uma loja de 250 m2 ou de 50 m2, mas não uma de 100 m2".
A Folha lista, no quadro ao lado, 60 franquias com investimento inicial de até R$ 71 mil.


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