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GUERRA E PAZ
Pela lei, comprador e vendedor respondem juntos por defeitos
Toda a cadeia produtiva pode ser acionada na Justiça
DA REPORTAGEM LOCAL
Ter um detalhado conhecimento de um em relação ao outro, no caso de empresários e de
seus fornecedores, não é somente uma boa estratégia de
aproximação entre parceiros.
Nem todos os empreendedores sabem, mas, legalmente,
fornecedor e vendedor são solidariamente responsáveis
quando produtos ou serviços
apresentam algum defeito.
"É o comerciante que elege
seu fornecedor. Se ele não
tivesse disponibilizado o produto, não teria colocado o consumidor em risco", explica Arthur Rollo, advogado especialista em direto do consumidor.
Segundo Rollo, existem dois
tipos básicos de responsabilidade de acordo com o Código
de Defesa do Consumidor.
Um, por acidente de consumo;
outro, por defeito no produto
ou no serviço apresentado.
"Com algumas exceções, as
reclamações quanto ao vício
[defeito] podem ser feitas contra qualquer integrante da cadeia produtiva", afirma Rollo.
Para manter a qualidade dos
serviços oferecidos aos clientes
-e evitar quaisquer contratempos em termos legais-, a
agência Design Absoluto, da
dupla Pedro Carvalho, 38, e
Alessandra Garrido, 33, aposta
na parceria com fornecedores.
"Não trocamos alguns deles
por nada, pois agregam valor
àquilo que fazemos. Somamos
talento", comenta Garrido.
Sem capacitação
Para Rodrigo Capobianco,
presidente do IBDF (Instituto
Brasileiro de Defesa do Fornecedor), falta capacitação aos
empresários para que eles
conheçam a fundo não só a
parte legal do negócio como
também seu funcionamento.
"O fornecedor se vê acuado:
tem problemas com poder público, normas, bancos e, sobretudo, com sua ignorância em
relação ao jogo empresarial."
Segundo ele, a recente criação do instituto se deu justamente para ajudar o empreendedor a resolver tais conflitos.
Entre os maiores problemas
enfrentados nessa relação está
a inadimplência do comprador.
"Quando se fornece para um
grande varejista, estabelece-se
uma situação leonina, de grande dependência para o pequeno
empresário. São feitas imposições e, muitas vezes, o fornecedor se vê obrigado a aceitá-las",
acrescenta Capobianco.
(AR)
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