São Paulo, domingo, 04 de maio de 2008


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EM NOME DA MÃE

Aptidões maternas são transmitidas à prole e viram base para negócios

Mães inspiram vertente empreendedora dos filhos

Marcelo Justo/Folha Imagem
Silvia Picchi (no centro) abriu a Mamãe da Hora após ficar grávida; ela oferece serviços como massagem e ioga para gestantes


MARIANA IWAKURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Diz-se que mãe só tem uma. Em alguns casos, essa exclusividade envolve mais do que afeto, cuidado e alguns puxões de orelha. O convívio inspira a abertura de negócios.
Para empreendedores que cresceram em contato com os talentos da mãe -como dotes culinários ou artísticos-, homenagear essas aptidões é um caminho natural.
Andrea Kaufmann, 31, cresceu na cozinha de sua mãe, a artista plástica Anita Kaufmann, e das outras familiares. "Tudo acontece em volta da mesa. Elas cozinham muito", conta.
Publicitária de formação, Andrea desenvolveu seu talento nessas "aulas". Depois de ter um bufê, ela abriu, em 2007, o AK Delicatessen, de cozinha judaica contemporânea.
No cardápio é possível encontrar o "patê de ovo da mamãe". Mas Andrea dá o seu toque. "É importante ir atrás da minha forma. Uso a comida para me comunicar", ressalta.

Mãe na vitrine
Foi graças à mãe que a empresária Raquel Borini, 27, teve sua primeira experiência comercial. Enquanto morava na Califórnia, nos Estados Unidos, ela vendeu acessórios confeccionados pela mãe, a designer e artista plástica Silvia Borini.
Após ver o sucesso dos produtos, Raquel decidiu abrir uma loja para vendê-los. Abandonou a advocacia, profissão que tinha antes, e inaugurou, em 2007, duas unidades da Sun Gold -na praia de Juqueí, em São Sebastião, e em São Paulo.
Hoje, Silvia é responsável pela criação. Raquel cuida das áreas administrativas e comercial. "A gente se respeita, e cada uma faz a sua parte 100% bem", conta a filha. "Eu não sou nada sem a minha mãe", acrescenta.
Além de exercer influência criativa, algumas matriarcas fazem questão de acompanhar se os negócios criados em sua homenagem estão de acordo com os seus ensinamentos.
Antes de abrir a lanchonete de comida árabe Falek, há cinco meses, Jorge Ayoubi, 36, recebeu mais de 20 visitas da mãe, Hounnah Ayoubi, até que as receitas estivessem do seu gosto.
"Os parentes dizem que está igual à comida dela. Mas eu digo que não é que está igual: é a comida dela", conta Jorge.
Segundo Hounnah, os lanches têm um gostinho especial. "Mas podem melhorar", diz a mãe, sem puxões de orelha.


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