São Paulo, domingo, 04 de junho de 2006


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SIRVA-SE

Adaptação é o passo nš 1

Franquias estrangeiras voltam-se para o Brasil; feira traz nove países

Renato Stockler/Folha Imagem
Adriana Auriemo "importou" a franquia da The Nutty Bavarian


ANDRESSA ROVANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Para o bom empreendedor, meia viagem ao exterior basta para descobrir que certos negócios se encaixariam perfeitamente no Brasil, mas não são encontrados por aqui. Daí é um passo para a idéia virar ação: se a franquia inspiradora funciona, por que não "importá-la"? A consultora em franchising Claudia Bittencourt explica que há diversas formas de uma franquia internacional entrar no país. Uma delas é via subfranqueador -ou master franqueado-, encarregado por administrar a marca no Brasil. "O empresário brasileiro que identifica o negócio como algo inovador ou pouco explorado aqui assume o compromisso de crescer em outras regiões do país e franquear unidades", diz. Foi assistindo a um jogo nos EUA que Adriana Auriemo, 32, conheceu a The Nutty Bavarian, que vende castanhas. Há dez anos, pelas mãos dela, a marca aportou no Brasil. "Não só o nome era desconhecido como o consumo de castanhas era restrito a festas natalinas." Auriemo lembra que o dono da franquia não acreditou que o formato pudesse funcionar por aqui. "Ele pôs no contrato que, se eu não abrisse cinco quiosques em cinco anos, perderia [a franquia]", conta ela, que abriu dez unidades próprias antes de se tornar franqueadora. Hoje, são mais de 150 pontos-de-venda da marca só no Brasil. A firma também responde pela América Latina. Ao chegar ao país, porém, a franquia teve de passar por alterações. Agora, é a franqueadora-matriz que estuda adotar o modelo das embalagens brasileiras, que conservam o produto por mais tempo. Segundo um estudo feito pela Rizzo Franchising, 13,5% das redes franqueadoras no Brasil são estrangeiras -56,7% delas têm sede nos EUA. Um sinal do interesse internacional pelo mercado brasileiro pode ser conferido na ABF Franchising Expo, que contará com redes de nove países interessadas em iniciar aqui suas operações. Quem quer importar marcas, porém, deve pesquisar se o modelo será compatível com o perfil do brasileiro. "Os cuidados vão desde estudar a legislação local até conferir em que o franqueador poderá ajudá-lo aqui", diz Bittencourt. Para ela, deve-se também analisar a "tropicalização" dos produtos e a adaptação de processos.
Com MARIANA DESIMONE, colaboração para a Folha

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