DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de as câmeras de vigilância poderem ser os olhos virtuais dos donos, nada substitui a presença física do proprietário no empreendimento.
Para André Friedheim, consultor da Francap (Franchising Capital Partners) e diretor de comunicação e marketing da ABF, a distância pode dificultar o sucesso do negócio.
"Conceitos de gestão, como motivação de equipe, perdem-se, apesar de haver sistemas de monitoramento on-line."
Marcus Rizzo, da Rizzo Franchise, concorda e acrescenta que um operador de franquia não pode ser um mero investidor. "A participação efetiva no negócio é essencial", diz.
Apesar da distância, há empresários que encontram soluções para tocar o negócio.
É o caso dos sócios da franquia Ortodontic Center de Presidente Prudente, no interior paulista. Nickelson de Mattos, 32, mora em Curitiba, e Leandro Spolador, 33, em Londrina, também no Paraná. Para administrar o negócio, cada um fica uma semana no local.
"Dessa maneira é possível conciliar as atividades que tenho em Curitiba com as da franquia", ressalta Mattos.
Spolador conta que, antes de escolher a cidade, estudou a concorrência e o preço. "Como a cidade é próxima, fica fácil administrá-la a distância."

Aporte e retorno
A proximidade e o potencial de consumo da cidade também foram critérios para José Carlos Ortolani, 55, de Indaiatuba, montar uma franquia da Overboard em Campinas.
"Em meia hora, no máximo, estou na loja. Se a montasse em Indaiatuba, o investimento seria muito menor, mas o faturamento seria proporcional."
Para Claudio Felisoni, presidente da FIA (Fundação Instituto de Administração), a administração de uma franquia a distância equivale a um sistema de terceirização, desde que se tenha um bom gestor no local. "É como se o franqueado assumisse o papel de franqueador naquela loja", compara.
Mas, antes de investir, conhecer a cultura de consumo local é prioridade, alerta Filomena Garcia, do Grupo Cherto.


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