São Paulo, domingo, 06 de agosto de 2006


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Esportistas empresários

Atletas largam na frente ao empreender em seu ramo

Renato Stockler/ Folha Imagem
Eduardo Eche, que encerrou a carreira profissional como tenista e hoje tem uma rede de três academias de tênis


Motivação e conhecimento técnico de mercado são principais vantagens

DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No mundo dos empreendedores, é possível encontrar atletas de diferentes modalidades esportivas. Isso porque tornar-se dono de academia ou fabricante de equipamentos e acessórios para a prática da atividade física na qual era craque é fórmula encontrada por muitos para unir o útil ao agradável.
Segundo consultores de gestão empresarial, a paixão e a familiaridade com determinado esporte podem originar dois elementos importantes para o início de um empreendimento: a motivação em permanecer vinculado ao círculo de praticantes do esporte e o conhecimento técnico de mercado com a profundidade necessária para enxergar novas oportunidades.
Trata-se de uma vantagem que o atleta leva logo de início para o negócio. "As empresas têm de investir tempo e dinheiro para realizar esse trabalho, que, em marketing, se chama "segmentação" -aproximação de um público específico e compreensão de suas características e necessidades", explica Alessandro Saade, diretor da Mercatus Educação em Negócios. "No caso de esportistas, essa fase já nasce pronta", diz.
Um atleta pode se lançar no mundo dos negócios movido pela vocação empresarial ou pela necessidade de uma nova fonte de renda. Em ambos os casos, porém, a paixão pelo esporte e o conhecimento do mercado ajudam, mas não garantem sucesso duradouro.
"O conhecimento gerencial é determinante", emenda o consultor do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) Roberto Belucci. "Sua ausência está entre as três principais causas de falência de empresas paulistas abertas há menos de um ano."

Passo a passo
Entre os esportistas, é comum iniciar um empreendimento de forma gradativa, com um comércio entre os colegas.
A evolução desse ponto passa geralmente por três estágios. No primeiro, o atleta se cerca de informações que vão dar a ele a base para negociar informalmente entre colegas de prática esportiva. Ele estipula preço, volume médio da demanda mensal e perfil do cliente.
A etapa seguinte é eliminar a intermediação do fornecedor. Assim, pode-se ganhar escala e aumentar a margem de lucro ou reduzir o preço e se tornar mais competitivo. Vem então a terceira fase: a formalização.
"Mas muitos não chegam a ela, pois não querem se arriscar", arremata Saade.


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