São Paulo, domingo, 07 de junho de 2009


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NOVOS CANAIS

Gravadoras pequenas diversificam atividades

Independentes buscam novos negócios para ampliar faturamento

Rafael Hupsel/Folha Imagem
O músico Chico César, dono da Chita Discos, que fez parceria com grandes gravadoras para garantir distribuição

MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A ideia de crise no mercado fonográfico se repete como disco quebrado. Mas, enquanto lutam para aumentar a venda de CDs, as gravadoras apostam em diferentes canais para superar a estagnação.
Nessa toada, a área digital (telefonia móvel e internet), as associações com anunciantes, os licenciamentos, o agenciamento e a promoção de artistas são alternativas necessárias para alcançar bons resultados.
A transição é feita entre um modelo de negócio único de venda de suportes físicos e um multimodelo, destaca Paulo Rosa, presidente da ABPD (Associação Brasileira de Produtores de Discos).
"O que era antes praticamente a única fonte de receita de um produtor fonográfico passa cada vez mais a dividir espaço e importância com outras fontes de receita derivada de música", acrescenta Rosa.

Pequenas
Nesse contexto, o espaço para as pequenas empresas vem crescendo. Na década de 1990, com a chegada das tecnologias digitais de gravação e a redução dos custos de fabricação dos CDs, surgiram centenas de gravadoras de menor porte. Até então, o mercado era constituído basicamente pelas companhias multinacionais, conhecidas como "majors".
Segundo a ABMI (Associação Brasileira de Música Independente), que tem 120 gravadoras associadas, há cerca de 200 gravadoras independentes no mercado, ou seja, que não estão listadas entre as "majors".
O papel das independentes no cenário é reconhecido pelas multinacionais. "Nunca se produziu tanta música quanto hoje. Essa profusão produtiva envolve os independentes em todos os lugares do mundo", afirma Sergio Affonso, presidente da Warner Music Brasil.
Segundo João Moreirão, vice-presidente da ABMI, as independentes são responsáveis por 80% da música gravada no país. Quando se fala de consumo, os números se invertem: 80% dos produtos comercializados são das "majors", e só 20% das vendas correspondem às gravadoras menores.

Parceria
Para dar vazão aos seus produtos, um dos caminhos encontrados por pequenas foi a parceira com "majors".
O cantor e compositor paraibano Chico César, 45, criou seu próprio selo, que também é estúdio e editora, a Chita Discos. "Uma "major" distribui melhor meu trabalho no mercado", conta César. Assim, ele é beneficiado com o investimento em marketing, na distribuição e na fabricação.

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