São Paulo, domingo, 07 de agosto de 2011


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Potencial da região deve ser avaliado

Para especialistas, é também vital ter reserva para gasto de emergência

DE SÃO PAULO

Empolgação e falta de planejamento estratégico foram os principais vilões do projeto de expansão da agência de publicidade paulistana Rae,MP, segundo o empresário Marcelo Ponzoni, 45.
Dois anos depois de abrir a primeira filial em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) e ter aumentado o faturamento da empresa em 50%, o empreendedor decidiu criar unidade em São José dos Campos (97 km de São Paulo).
A decisão, contudo, não foi resguardada por análise de mercado, diz Ponzoni.
"Montei um escritório enorme, mas percebi que não adiantava investir no negócio se não havia clientes na região", considera ele, que afirma ter sofrido um prejuízo de R$ 140 mil com a unidade, que foi fechada.
Abrir filial de forma precipitada é comum entre pequenos empresários, na avaliação de Thiago Santana, coordenador tributário da Macro Auditoria e Consultoria. "É comum acreditarem na ilusão de que, se uma filial deu certo, outra também dará."

POTENCIAL DA REGIÃO
O grande erro de Ponzoni foi ter aberto filial em local inadequado, avalia Santana. "É preciso fazer estudo da região que abrigará a unidade para descobrir se o serviço oferecido é condizente com o perfil da população da região", pontua o especialista.
Para isso, Cláudia Bittencourt, sócia da consultoria que leva seu sobrenome, aconselha o empresário a viajar ao local e conhecer a rotina da população. "O sucesso de um negócio depende do interesse do empreendedor em atirar no alvo certo."
Apesar de ter analisado o mercado de Nova York (EUA) e de Madri (Espanha), onde abriu filiais em 2003 e 2006, respectivamente, o empresário Roberto Eckersdorff, 34, dono da Aunica, empresa de marketing interativo, não obteve o sucesso esperado.
O motivo, avalia, foi levar costumes brasileiros a "locais com culturas diferentes". "Não adianta contratar só brasileiros para atuarem em países com outros modelos de trabalho", afirma ele, que fechou as filiais um ano depois de criadas e abriu outra em Porto Alegre (RS) em 2010.
Para o empresário, o valor total do prejuízo, cujo montante ele não quis revelar, não prejudicou a empresa porque o investimento foi "pequeno" e a empresa tinha reservas.
Bittencourt destaca que manter caixa para gastos inesperados, como fez Eckersdorff, "é fundamental para a matriz não ser penalizada".


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