São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008


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ACESSO POSSÍVEL

Custo de adaptação do local deve ser planejado

Reforma total do estabelecimento barateia a adequação às normas

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de a adequação às normas de acessibilidade não ser obrigatória para estabelecimentos com capacidade de receber menos de cem pessoas, transformar o negócio em um local acessível para deficientes pode trazer ao negócio, além de valor agregado, a possibilidade de atrair esse público.
De acordo com Tales Andreassi, professor de empreendedorismo da FGV (Fundação Getulio Vargas), os consumidores tendem a ver com bons olhos empresas que têm atitudes de responsabilidade social.
"O empresário que já tem o negócio montado pode fazer essas mudanças de acordo com as suas possibilidades financeiras", explica Andreassi.

Planilha de custos
Segundo Luis Fernando Estuqui, arquiteto do Instituto Paradigma, que tem projetos de inclusão social para pessoas com deficiência, o custo da acessibilidade não é necessariamente alto.
"É possível modificar o local sem gastar muito. Por exemplo, a pessoa tem duas possibilidades para adequar o vaso sanitário: comprar um vaso com 45 cm de altura ou pedir para o pedreiro elevar o vaso atual em mais 5 cm. Cabe ao empresário pesquisar o que sai mais em conta", exemplifica.
Para o arquiteto Alessandro Lopes, professor de design de interiores do Senac São Paulo (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), antes de fazer a reforma, o empresário deve ter em mente que o grande princípio da acessibilidade é permitir que qualquer um aja sozinho, sem precisar de ajuda para se movimentar. "É um desenho universal, que contempla desde idosos até pessoas sem deficiência."

Do início
As modificações são mais baratas quando a reforma é geral, segundo a arquiteta Analu Andrade. "Se o projeto for concebido desde o início para atender às exigências de acessibilidade, ficará 1% mais caro."
Foi a opção do empresário Rogério Alonso Pires, sócio-proprietário do Bar do Arnesto. "Para abrirmos o bar, já tínhamos de ser acessíveis por lei. Quando reformamos o local, aproveitamos para ter o banheiro adequado", conta.
Apesar de não serem acessíveis nos termos da ABNT, os provadores da loja Doc Dog do Shopping Market Place foram concebidos para serem maiores do que os de outras lojas, diz a proprietária, Thaís Protti.
"Temos poucos clientes deficientes. Mas é bom poder recebê-los", comenta. O provador tem 1,4 m2, contra os 80 cm2 de outras lojas da marca.
A possibilidade de receber todo tipo de público é a maior vantagem que o empresário tem, segundo a vereadora Mara Gabrilli. "Não falo só de pessoas com deficiência, mas de idosos e de quem tem a mobilidade temporariamente reduzida com uma perna quebrada, por exemplo." (MCN)


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