São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2008


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EM FOCO

Hotéis devem se armar para a crise

Unir-se a outras firmas para divulgação conjunta e focar mercado interno são estratégias

RAQUEL BOCATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O turismo corporativo em São Paulo já sente os primeiros efeitos da crise financeira internacional -empresas cancelam eventos e o índice de reservas em novembro já apresenta queda em relação a outubro. É o que afirma José Carlos Anjos, presidente da Trend Operadora, uma das maiores do país focada nesse mercado.
Segundo ele, em outubro, foram computadas 150 mil diárias; em novembro, 125 mil, o que equivale à redução de 17%. "Apesar de o mês passado ter tido menos dias úteis que o anterior, houve uma diminuição no número de turistas, especialmente no de estrangeiros."
Para Caio Luiz de Carvalho, presidente da SPTuris, empresa de turismo e eventos da capital paulista, ligada à prefeitura, deve haver uma diminuição em 2009, mas menor do que a do turismo de lazer. "Os três primeiros meses do ano serão um bom termômetro para o empresário se orientar", avalia.
Apesar de considerarem cedo para que os reais impactos da crise sejam delimitados, especialistas ouvidos pela Folha dizem que as micro e as pequenas empresas hoteleiras devem ter estratégias bem definidas para não ver o faturamento flutuar demais com a turbulência.
Como a participação de estrangeiros no turismo -de lazer e de negócios- tende a diminuir, analisa o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Álvaro Brito Bezerra de Mello, a indicação é investir no mercado interno.
"Os brasileiros estão indo menos para Buenos Aires e Miami por causa da alta do dólar", explica. É preciso, ensina ele, concentrar-se num trabalho conjunto com outros hotéis de mesmo porte e público-alvo para mapear as praças emissoras de turistas e focar um trabalho conjunto de promoção.

Preparação
Para Erivan Dantas de Oliveira, gerente-geral do hotel San Raphael, em São Paulo, uma das estratégias a fim de manter o nível de 60% de ocupação em 2009 é apostar na internet. "Temos um bom mailing de clientes e enviaremos informação sobre promoções."
No entanto, segundo Oliveira, existem outras iniciativas que podem aumentar a competitividade das empresas, não apenas em tempos de crise.
Há sete anos, a empresa investiu R$ 120 mil em um gerador de energia e fez um acordo com a companhia de energia para acioná-lo em horário de pico. "A conta, que hoje estaria em cerca de R$ 40 mil por mês, não passa de R$ 22 mil."


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