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EM FOCO
Hotéis devem se armar para a crise
Unir-se a outras firmas para divulgação conjunta e focar mercado interno são estratégias
RAQUEL BOCATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O turismo corporativo em
São Paulo já sente os primeiros
efeitos da crise financeira internacional -empresas cancelam eventos e o índice de reservas em novembro já apresenta
queda em relação a outubro.
É o que afirma José Carlos Anjos, presidente da Trend Operadora, uma das maiores do
país focada nesse mercado.
Segundo ele, em outubro, foram computadas 150 mil diárias; em novembro, 125 mil, o
que equivale à redução de 17%.
"Apesar de o mês passado ter
tido menos dias úteis que o anterior, houve uma diminuição
no número de turistas, especialmente no de estrangeiros."
Para Caio Luiz de Carvalho,
presidente da SPTuris, empresa de turismo e eventos da capital paulista, ligada à prefeitura,
deve haver uma diminuição em
2009, mas menor do que a do
turismo de lazer. "Os três primeiros meses do ano serão um
bom termômetro para o empresário se orientar", avalia.
Apesar de considerarem cedo para que os reais impactos
da crise sejam delimitados, especialistas ouvidos pela Folha
dizem que as micro e as pequenas empresas hoteleiras devem
ter estratégias bem definidas
para não ver o faturamento flutuar demais com a turbulência.
Como a participação de estrangeiros no turismo -de lazer e de negócios- tende a diminuir, analisa o presidente da
Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Álvaro Brito Bezerra de Mello, a indicação é investir no mercado interno.
"Os brasileiros estão indo
menos para Buenos Aires e
Miami por causa da alta do dólar", explica. É preciso, ensina
ele, concentrar-se num trabalho conjunto com outros hotéis
de mesmo porte e público-alvo
para mapear as praças emissoras de turistas e focar um trabalho conjunto de promoção.
Preparação
Para Erivan Dantas de Oliveira, gerente-geral do hotel
San Raphael, em São Paulo,
uma das estratégias a fim de
manter o nível de 60% de ocupação em 2009 é apostar na internet. "Temos um bom mailing de clientes e enviaremos
informação sobre promoções."
No entanto, segundo Oliveira, existem outras iniciativas
que podem aumentar a competitividade das empresas, não
apenas em tempos de crise.
Há sete anos, a empresa investiu R$ 120 mil em um gerador de energia e fez um acordo
com a companhia de energia
para acioná-lo em horário de
pico. "A conta, que hoje estaria
em cerca de R$ 40 mil por mês,
não passa de R$ 22 mil."
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