São Paulo, domingo, 08 de agosto de 2010


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Perfis opostos definem separação

Permanência de pai e filho na empresa exige diálogo; parceria na mesma área pode ser solução

DE SÃO PAULO

De um lado, os filhos, que querem crescer e mostrar sua capacidade na empresa. De outro, os pais, que conhecem a história, as dificuldades e os acertos do negócio.
Equilibrar essa balança requer diálogo na família, explica o professor da Fundação Getulio Vargas e sócio da Gestare, consultoria especializada em empresas familiares, Rogério Yuji Tsukamoto.
Também se faz necessária boa dose de comprometimento dos dois lados -os pais, para tentarem ser menos controladores nos negócios; os filhos, menos precipitados em dar resultados.
Foi por falta dessa combinação que o sócio da Mickey Presentes, Mickey Cimerman, 72, e o filho Carlos Eduardo, 47, pararam de trabalhar juntos, em 1991. "Meu perfil é conservador, o dele, agressivo", fala o pai. "Eu tinha ânsia de achar meu espaço", diz Carlos Eduardo.
Mickey permaneceu na empresa com outro filho, Paulo, e Carlos Eduardo partiu para o ramo de brinquedos, do qual saiu em 2005.
Por seis meses, pai e filho discutiram a possibilidade de ampliação da empresa. Em 2006, Carlos Eduardo e o irmão Rogério criaram outro negócio, hoje batizado de Mickey Home, também na área de presentes.
Pai e filhos dividiram fornecedores e criaram uma lista única de presentes, mas têm empresas separadas -e só o patriarca pode fazer vendas on-line. Carlos Eduardo orgulha-se das hoje cinco unidades na capital paulista. Mickey se envaidece da principal loja, de 4.000 m2, nos Jardins, em São Paulo.

COMPETIÇÃO
Continuam com visões diferentes sobre os negócios e sobre a concorrência. Para Carlos Eduardo, a expansão passa pelo shopping. Para Mickey, lojas de rua contam com melhor custo-benefício.
"Ele compete comigo, mas eu não compito com ele", assinala o pai. "Ele importa produtos e eu só fico sabendo pelo sistema de listas de casamento. Isso é concorrência", rebate Carlos Eduardo.
Mas também têm discursos similares quando falam sobre o outro. "Ele deu certo, tira só dez dias de férias por ano, é guerreiro", afirma o filho. "Tenho orgulho dele. Em três anos, já são cinco lojas", elogia Mickey.


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