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Perfis opostos definem separação
Permanência de pai e filho na empresa exige diálogo; parceria na mesma área pode ser solução
DE SÃO PAULO
De um lado, os filhos, que
querem crescer e mostrar sua
capacidade na empresa. De
outro, os pais, que conhecem
a história, as dificuldades e
os acertos do negócio.
Equilibrar essa balança requer diálogo na família, explica o professor da Fundação Getulio Vargas e sócio da
Gestare, consultoria especializada em empresas familiares, Rogério Yuji Tsukamoto.
Também se faz necessária
boa dose de comprometimento dos dois lados -os
pais, para tentarem ser menos controladores nos negócios; os filhos, menos precipitados em dar resultados.
Foi por falta dessa combinação que o sócio da Mickey
Presentes, Mickey Cimerman, 72, e o filho Carlos
Eduardo, 47, pararam de trabalhar juntos, em 1991. "Meu
perfil é conservador, o dele,
agressivo", fala o pai. "Eu tinha ânsia de achar meu espaço", diz Carlos Eduardo.
Mickey permaneceu na
empresa com outro filho,
Paulo, e Carlos Eduardo partiu para o ramo de brinquedos, do qual saiu em 2005.
Por seis meses, pai e filho
discutiram a possibilidade
de ampliação da empresa.
Em 2006, Carlos Eduardo e o
irmão Rogério criaram outro
negócio, hoje batizado de
Mickey Home, também na
área de presentes.
Pai e filhos dividiram fornecedores e criaram uma lista única de presentes, mas
têm empresas separadas -e
só o patriarca pode fazer vendas on-line. Carlos Eduardo
orgulha-se das hoje cinco
unidades na capital paulista.
Mickey se envaidece da principal loja, de 4.000 m2, nos
Jardins, em São Paulo.
COMPETIÇÃO
Continuam com visões diferentes sobre os negócios e
sobre a concorrência. Para
Carlos Eduardo, a expansão
passa pelo shopping. Para
Mickey, lojas de rua contam
com melhor custo-benefício.
"Ele compete comigo, mas
eu não compito com ele", assinala o pai. "Ele importa
produtos e eu só fico sabendo
pelo sistema de listas de casamento. Isso é concorrência", rebate Carlos Eduardo.
Mas também têm discursos similares quando falam
sobre o outro. "Ele deu certo,
tira só dez dias de férias por
ano, é guerreiro", afirma o filho. "Tenho orgulho dele. Em
três anos, já são cinco lojas",
elogia Mickey.
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