São Paulo, domingo, 08 de novembro de 2009


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REFEIÇÃO SEM CRISE

Turbulência afeta pouco o setor, que planeja investir

Empresários paulistas estão menos otimistas do que os do resto do país

Marcelo Justo/Folha Imagem
QUEIXA
"Os tributos incidem sobre tudo", afirma Ariela Doctors, dona do restaurante paulistano Tanger, que teve "queda brutal" na receita após a lei seca e cortou os garçons extras; "Espero que o fim de ano aqueça o movimento"


SÍLVIA HAIDAR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A crise financeira não foi tão indigesta para o setor gastronômico, e os empresários do ramo têm expectativa de investimento e crescimento em 2009.
É o que indica o levantamento nacional feito pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) em julho deste ano e divulgado nesta semana com exclusividade para a Folha. As perguntas foram respondidas por 1.001 proprietários de restaurantes, bares, lanchonetes e quiosques.
O novo questionário da pesquisa, que deverá se tornar trimestral, está disponível até 15 de novembro no site www.abrasel.com.br/pesquisa.
Mais da metade dos respondentes (59,4%) afirmou ter obtido lucro em 2008, e 44,7% esperam aumento no faturamento em 2009, em comparação com o ano passado.
"Para nossa surpresa, a recessão não afetou a área", diz Paulo Solmucci Júnior, presidente-executivo da Abrasel.
Segundo Pedro João Gonçalves, consultor do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), setores que dependem da evolução da renda, como o gastronômico, foram menos afetados.
Ele ressalta, contudo, que o impacto foi sentido no início da turbulência. "Os consumidores cortaram gastos, adotando uma posição cautelosa." Depois, diz, o setor se recuperou.
Neste ano, 61,6% pretendem investir em melhorias no estabelecimento. As prioridades são treinamento de pessoal, reformas e marketing e comunicação (veja mais sobre investimento no negócio na página 3).
É o caso da churrascaria carioca Barra Grill, que, segundo o gerente, Maylton Braga, sentiu efeitos da lei seca e da crise, mas tem boas expectativas. "Estamos reformando a casa, que deve ganhar 30 mesas", conta. Os funcionários também farão aulas de inglês.

São Paulo
Considerando apenas os empresários do Estado de São Paulo, os resultados da pesquisa foram menos otimistas: 51,2% disseram que houve lucro em 2008 e 41,4% planejam fazer investimentos em 2009.
Para Solmucci Júnior, isso é reflexo de medidas como a lei antifumo e o Programa de Silêncio Urbano, além da lei seca e dos impostos . "Essas ações do governo prejudicam muito o setor", opina.

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