São Paulo, domingo, 09 de maio de 2010


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LANCE GLOBAL

Com estímulo à exportação, preparo deve ser redobrado

Mais empresários buscam informação, mas ainda têm dúvidas em trâmite

Rodrigo Capote/Folha Imagem
Fabiano Gullane, sócio da Gullane Filmes, que lidou com diferenças culturais durante produção

JORDANA VIOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

As medidas que os ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Fazenda anunciaram na última quarta-feira prometem incentivar as exportações brasileiras, inclusive entre as micro e pequenas empresas.
Uma das ações exclui a receita de exportações do faturamento para efeito de cálculo do enquadramento no Simples, no limite de R$ 2,4 milhões.
"As pequenas estão mais bem preparadas para participar do mercado internacional", assinala Alessandro Teixeira, presidente da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
Segundo ele, quem tem interesse na internacionalização busca mais respaldo agora do que há quatro anos.
Os números da agência mostram isso. Em 2006, 5.000 empresas procuraram a Apex-Brasil em busca de apoio. Hoje, são atendidas 12 mil, das quais 77% são micro e pequenas.
Mesmo assim, há dúvidas. "Na primeira viagem de negócios, os empresários nunca estão 100%", afirma Teixeira.
Ele acompanhou algumas centenas dos 900 eventos internacionais aos quais a Apex-Brasil levou empresas e missões comerciais em 2009.

Preparação
Para Claudemir Galvani, professor de economia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) e diretor da consultoria Metha, os maiores problemas estão relacionados à legislação estrangeira e à logística.
"Micro e pequenas não contam com representantes no exterior ou departamentos dedicados às atividades aduaneiras, o que dificulta as operações."
A Só Futebol Brasil passou por essas dificuldades quando começou a exportar, em 2002, e teve produtos retidos na alfândega por erros ou falta de documentos. "Eram 16 formulários a serem preenchidos, com muitos detalhes", reclama o sócio Flávio Beretta, 31.
Nesses casos, a Receita Federal retorna os produtos à empresa, mas o processo pode levar semanas.
O resultado é atraso nos pedidos e broncas de clientes. Com paciência, a Só Futebol Brasil contornou a situação.
"Em um nicho específico como o nosso, todos os clientes se conhecem", diz. Por isso considera que "queimar o filme" com um deles pode comprometer a atuação da empresa.
Hoje, a companhia tem processos estruturados e dois profissionais para exportações.


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