São Paulo, domingo, 09 de julho de 2006


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PASSA-SE O PONTO

Avaliar saúde financeira e valor da marca estão entre ações essenciais

Compra de empresa exige investigação detalhada

Roberto Assunção/Folha Imagem
Trabalhador opera máquina da Cooperlinhas, fábrica cuja estrutura foi alugada pelos funcionários


MARIANA IWAKURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para fusões e aquisições que envolvem centenas de milhões de dólares, grandes empresas analisam, exaustivamente e com o auxílio de consultorias, todos os pontos do negócio.
Ainda que envolvam valores mais modestos, processos de compra e venda de firmas menores também exigem muita atenção das partes interessadas -um passo desatento pode significar perda de boa parte do capital investido na transação.
Por isso, na hora da compra, o interessado deve reunir o máximo de informações sobre o ramo e a empresa em questão.
"É preciso fazer uma diligência antes da compra. Pode ser um excelente negócio ou um problema fenomenal", alerta o professor de finanças Rafael Paschoarelli, da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade).
Para começar, diz Paschoarelli, é essencial fazer para a empresa desejada um plano de negócios com base em informações sobre faturamento da firma, mercado, atuação de concorrentes e riscos, como a possibilidade de o produto ou o serviço vir a ser substituído.
Para o consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) Renato Fonseca de Andrade, se o negócio que se deseja adquirir estiver mal, é preciso observar se isso ocorreu em função de má administração ou da saturação do mercado. "Se estiver em ascensão, [saber] se é por boa gestão ou porque o mercado está precisando muito do produto no momento", diz.

Precauções
Levantar uma lista de documentos e de certidões é essencial antes de fechar o negócio. Nessa etapa, é necessário ter cautela para não "comprar" ações trabalhistas ou dívidas com o governo.
"É preciso checar pagamento de imposto, processos trabalhistas e dívidas com fornecedores ou com outras partes", alerta Alfredo Teodoro Reis, especialista em finanças de pequenas empresas do Ibmec São Paulo. Cheques emitidos e ainda não descontados e pedidos que não foram entregues também devem ser investigados.
Manter a marca do produto vale a pena em alguns casos. "Se ela tem boa penetração, é indício de que o produto é bom. Se há uma percepção negativa ou só neutra, será preciso um investimento para resgatar a marca", destaca Andrade.
"Quando a empresa tem nome forte, clientes compram pela marca", reforça Diogo Teixeira, coordenador da pós-graduação em gestão de negócios do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). "Se tiver só qualidade, mude o nome e avise o mercado."


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