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FINANÇAS À MESA
Vazamento de recursos mina as contas da empresa
Custos fixos na medida e gestão correta do capital de giro são essenciais
MARIANA IWAKURA
DA REPORTAGEM LOCAL
ALAN DE FARIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Boas vendas e dinheiro no
caixa da empresa são sempre
vistos com bons olhos. Entretanto, quando esses mesmos
olhos não vêem a gestão financeira como um todo, o resultado deixa de ser positivo.
Focos de vazamento podem
permitir o escoamento do lucro
da micro ou pequena empresa
e, muitas vezes, passar despercebidos pelos administradores.
Os problemas podem até levar à falência. Segundo a pesquisa "Sobrevivência e Mortalidade das MPEs", divulgada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas
Empresas) em agosto, problemas gerenciais são citados por
55% das empresas ativas e por
68% das extintas como razões
para o fechamento da firma.
As falhas mais citadas são falta de capital de giro, problemas
financeiros e falta de conhecimentos gerenciais. Foram ouvidas 7.172 empresas em 2005.
A Folha consultou especialistas e empreendedores e levantou os problemas e as dúvidas mais comuns no que diz
respeito a finanças (leia mais
no quadro acima e na pág. 3).
Entre os focos de perda levantados por especialistas em
gestão, a falta de gerenciamento da necessidade de capital de
giro é o problema número um.
Quanto maior é o tempo entre pagamento do fornecedor e
recebimento do cliente, menor
fica o controle das finanças.
"Quando tem problemas de
caixa, o empreendedor sana as
dívidas com cheque especial ou
cartão de crédito, que têm juros muito mais altos do que as
linhas de crédito", diz Francisco Barone, coordenador do
programa de pequenos negócios da Ebape-FGV (Escola
Brasileira de Administração
Pública e de Empresas da
Fundação Getulio Vargas).
A má gestão da força de trabalho, com a contratação de
funcionários não qualificados,
também significa desperdício
de recursos. "Preencher cargos
com pessoas próximas, porém
desqualificadas, pode trazer
ineficiência", afirma Barone.
Despesas
Os gastos em que a empresa
incorre para funcionar são um
ponto crucial. Os custos fixos,
que não dependem do volume
de vendas, devem receber atenção especial do empreendedor.
"O custo variável é administrado com mais eficiência, mas
há pouca dedicação ao fixo",
avalia Alfredo Reis, especialista
em finanças de pequenas empresas do Ibmec São Paulo.
Ele aconselha a reduzir os
custos fixos a, no máximo, 15%
da receita bruta da empresa.
"Eles devem ser enxutíssimos,
mesmo que isso signifique cortar "na carne'", acrescenta.
Redução do quadro de funcionários e eliminação de projetos deficitários foram soluções encontradas por Daniel
Bordin, 32, sócio da Mirante, da
área de tecnologia da informação, para aplacar uma crise de
fluxo de caixa. "Faltavam informações financeiras detalhadas.
Quando vimos, havia um rombo nas contas", relata Bordin.
Ele contratou um consultor
financeiro e, agora, faz fechamentos de balanço mensais e
previsões de fluxo de caixa detalhadas a cada seis meses.
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