São Paulo, domingo, 09 de setembro de 2007


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FINANÇAS À MESA

Vazamento de recursos mina as contas da empresa

Custos fixos na medida e gestão correta do capital de giro são essenciais

MARIANA IWAKURA
DA REPORTAGEM LOCAL

ALAN DE FARIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Boas vendas e dinheiro no caixa da empresa são sempre vistos com bons olhos. Entretanto, quando esses mesmos olhos não vêem a gestão financeira como um todo, o resultado deixa de ser positivo.
Focos de vazamento podem permitir o escoamento do lucro da micro ou pequena empresa e, muitas vezes, passar despercebidos pelos administradores.
Os problemas podem até levar à falência. Segundo a pesquisa "Sobrevivência e Mortalidade das MPEs", divulgada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em agosto, problemas gerenciais são citados por 55% das empresas ativas e por 68% das extintas como razões para o fechamento da firma.
As falhas mais citadas são falta de capital de giro, problemas financeiros e falta de conhecimentos gerenciais. Foram ouvidas 7.172 empresas em 2005.
A Folha consultou especialistas e empreendedores e levantou os problemas e as dúvidas mais comuns no que diz respeito a finanças (leia mais no quadro acima e na pág. 3).
Entre os focos de perda levantados por especialistas em gestão, a falta de gerenciamento da necessidade de capital de giro é o problema número um.
Quanto maior é o tempo entre pagamento do fornecedor e recebimento do cliente, menor fica o controle das finanças.
"Quando tem problemas de caixa, o empreendedor sana as dívidas com cheque especial ou cartão de crédito, que têm juros muito mais altos do que as linhas de crédito", diz Francisco Barone, coordenador do programa de pequenos negócios da Ebape-FGV (Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas).
A má gestão da força de trabalho, com a contratação de funcionários não qualificados, também significa desperdício de recursos. "Preencher cargos com pessoas próximas, porém desqualificadas, pode trazer ineficiência", afirma Barone.

Despesas
Os gastos em que a empresa incorre para funcionar são um ponto crucial. Os custos fixos, que não dependem do volume de vendas, devem receber atenção especial do empreendedor.
"O custo variável é administrado com mais eficiência, mas há pouca dedicação ao fixo", avalia Alfredo Reis, especialista em finanças de pequenas empresas do Ibmec São Paulo.
Ele aconselha a reduzir os custos fixos a, no máximo, 15% da receita bruta da empresa. "Eles devem ser enxutíssimos, mesmo que isso signifique cortar "na carne'", acrescenta.
Redução do quadro de funcionários e eliminação de projetos deficitários foram soluções encontradas por Daniel Bordin, 32, sócio da Mirante, da área de tecnologia da informação, para aplacar uma crise de fluxo de caixa. "Faltavam informações financeiras detalhadas. Quando vimos, havia um rombo nas contas", relata Bordin.
Ele contratou um consultor financeiro e, agora, faz fechamentos de balanço mensais e previsões de fluxo de caixa detalhadas a cada seis meses.


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