São Paulo, domingo, 10 de julho de 2011


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ENTREVISTA

Finep quer se tornar sócia de empresas

Intuito é participar da gestão de negócios promissores e impedir que sejam vendidos, diz presidente da entidade

PAULA NUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) estuda a criação do FinepPar, braço para a participação em empresas. O modelo seria semelhante ao adotado pelo BNDESPar, explica o presidente da Finep, instituição ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, Glauco Arbix.
Em entrevista à Folha, Arbix critica a falta de investimento de empresas em inovação e fala das dificuldades de pequenos negócios para obter financiamento.
Leia os principais trechos.

 

Planos
Estamos trabalhando em um marco legal, o FinepPar. Pretendemos abrir a possibilidade de a Finep também ser sócia de algumas empresas.
Temos todo um sistema de financiamento e trabalhamos com mais de 2.000 empresas. Isso nos permite identificar as mais promissoras.
Se tivermos um aparato político e legal, podemos participar delas, inclusive como sócios -dando palpite na gestão e evitando que cresçam rapidamente e sejam vendidas a multinacionais.

Capital de risco
Uma das fragilidades em inovação é a falta de um mercado desenvolvido de "venture capital" [capital de risco].
Poucos investidores creem que tecnologia possa ser rentável. Mas, no Brasil, isso está crescendo vertiginosamente.

Começo
A transferência de recursos públicos para a iniciativa privada é um fenômeno muito novo no Brasil. Somente após a Lei de Inovação, em 2006, eles começaram a ser repassados. Ainda estamos aprendendo, engatinhando. Nós -o Brasil e a Finep- temos uma história muito voltada ao mercado interno, a uma economia fechada, protegida, em que a competição não era bem a tônica.
Há bem pouco tempo, a inovação passou a ser uma necessidade que todo mundo localiza e identifica.

Lacuna
As companhias investem muito pouco em inovação e isso é um problema-chave.
A maioria [das empresas] ainda não superou a fase de achar que salário é custo, não investimento. Inovação, antes de mais nada, diz respeito à qualificação das pessoas. Se você não tiver as pessoas, não adianta comprar o equipamento bonitinho.

Dificuldades
Há um problema específico das pequenas empresas. Elas têm dificuldades em várias fases do projeto, inclusive de entregar a documentação.
Quero recursos para construir meu laboratório, mas a lei exige que a empresa seja a proprietária do terreno. As micro e pequenas empresas sofrem com isso porque a burocracia que enfrentam no processo é muito grande.


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