São Paulo, domingo, 10 de novembro de 2002


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BRINDE AOS BRINDES

Empresa aposta em diferenciais e conquista "consumidor consciente"

Amazônia ajuda a sair do óbvio

DA REDAÇÃO

Fugir de velhos brindes como bonés, canetas, agendas, chaveiros e adesivos e oferecer produtos diferenciados, explorando o melhor da imagem do Brasil.
Foi com esse conceito que a Espírito da Amazônia descobriu um nicho em pleno crescimento entre os fabricantes de brindes e até então pouco desenvolvido no segmento: o do consumo consciente.
A empresa surgiu há apenas um ano e meio e foi uma das pioneiras na fabricação de produtos cujo apelo principal é o emprego de matérias-primas vindas da floresta amazônica.
"Tive de quebrar muitos paradigmas, a ponto de quase desistir. Isso porque ninguém acreditava que seria possível produzir com qualidade, utilizando substâncias genuinamente brasileiras", relembra o microempresário Davis de Luna Tenório, 36.
Antes de criar a empresa, Tenório já havia tentado a sorte com a exportação de calçados e tecidos. "Foi quando comecei a estudar e a visitar a Amazônia, fase que durou três anos, e então decidi criar uma linha de brindes baseada no desenvolvimento auto-sustentado da cadeia, cuja origem está na floresta."
Entre os principais beneficiados no processo produtivo estavam artesãos, agricultores, aldeias indígenas e colhedores de frutas e resinas.
Hoje, o microempresário comemora o investimento, que foi de R$ 40 mil à época da abertura da firma. "Já recuperamos o que foi investido e temos expectativas de crescer aceleradamente, até 60% ao ano", calcula. Ele prefere não revelar, no entanto, os números do faturamento.

Cupuaçu
A linha de brindes comercializada pela Espírito da Amazônia é das mais diversificadas: há de bombons de cupuaçu a flores tropicais, passando por vasos e jarras de cerâmica marajoara e tapajônica (peças vindas do Pará) e caixas de madeira ambientalmente manejada com sabonetes de andiroba. Agora a empresa prepara-se para lançar uma linha completa de cosméticos fitoterápicos.
Entre os clientes já conquistados estão grandes companhias como a Embraer, a IBM e o hotel Renaissance, entre outros.
Incluída nas metas de 2003, está a exportação dos produtos para os países que mais valorizam o estilo natural da Amazônia. "Já estamos fechando com o México, e há o interesse de países como Alemanha, Espanha, França, Itália, Estados Unidos, sobretudo a Califórnia, Japão e Canadá", afirma Tenório.

Dificuldades
Mas nem tudo são flores nos negócios da empresa. O microempresário, que também é professor de marketing, reclama de dificuldades que limitam a expansão da empresa, como o alto custo do frete Amazonas-São Paulo. "Também faltam as ONGs se estruturarem melhor para fornecer produtos mais variados", completa. (CA)


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