São Paulo, domingo, 11 de abril de 2004


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MARKETING

Uso faz clientes enxergarem o negócio como organizado e confiável, dizem especialistas

Adotar uniformes fortalece a marca

LARA SCHULZE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A idéia de que uniformes são feios, incômodos e deselegantes soa ultrapassada, já que a moda e a tecnologia enriqueceram esse mercado com novas opções.
Tanto é verdade que, nos últimos dois anos, houve um crescimento considerável nesse segmento. De acordo com levantamento da Abit (Associação Brasileira das Indústrias Têxteis), no ano passado, a produção ficou em 160 milhões de peças, um aumento de 4% em relação a 2002.
Os anos anteriores, no entanto, teriam sido de estagnação, de acordo com Márcio Franca, presidente do Sindivest (Sindicato das Indústrias do Vestuário do Distrito Federal). "Os fatores fundamentais para o reaquecimento do mercado foram a globalização e a pressão gerada pela competitividade. As empresas se viram obrigadas a apresentar novidades para conquistar espaços", explica.

Estratégias
As estratégias de marketing fizeram crescer dentro das empresas o interesse por uniformizar as equipes. "É um dos itens mais importantes para consolidar ou divulgar uma marca, porque passa a impressão de organização", ressalta Marcos Campomar, especialista em marketing e serviços da USP (Universidade de São Paulo).
De acordo com o vice-presidente da Foco RH, João Canada, apresentar os funcionários com uniformes dá a sensação de organização, limpeza e confiança, levando os clientes a concluir que a empresa tem as mesmas qualidades. "A idéia é que os empregados tenham orgulho de trabalhar ali."
Para Rosana Pedrosa, coordenadora da consultoria de uniformes do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), o retorno do investimento aparece com a melhora no desempenho. "Se o empregado se sente bem no trabalho, produz melhor. E isso tem ligação direta com a roupa que ele usa. Se vestir algo que o incomoda, não irá trabalhar feliz."

Moda
Desenhar uniformes seguindo a moda também fez o mercado ganhar espaço. O que antes era sisudo e tradicional ganhou novos cortes, detalhes, combinações e cores da moda. "Os funcionários já aceitam melhor a idéia", diz Maria Auxiliadora Cruz, proprietária da confecção To Work.
"A preferência, hoje, é por modelos mais joviais, porque passam a imagem de uma empresa dinâmica, que está antenada", explica a empresária. Para as próximas estações, ela diz que a tendência é uma releitura dos anos 60 -calças boca-de-sino, cigarretes e blazers do tipo "spencer".

Praticidade
Uma das vantagens de usar uniformes, no caso do funcionário, é poder "economizar" suas próprias roupas. No caso das empresas, livrar-se de situações embaraçosas: evitar saias curtas, roupas justas e decotes escandalosos.
Contrária à idéia de fornecer uniformes, a joalheria H. Stern contratou uma consultora para ajudar na escolha das funcionárias: terninhos, "tailleurs" e vestidos nas cores preto, cinza-chumbo, azul-marinho e marrom são bem-vindos.
"São roupas clássicas, assim como as cores. Dessa forma, não fica difícil achar exemplares que estejam dentro dos padrões. Acreditamos que fornecer roupas profissionais seja um tipo de imposição [de estilo]", defende Tipiti Simonsen Barros, gerente de projetos especiais.


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