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LICENCIAMENTO
Social exige valores em convergência
Atrelar a marca a uma ONG reforça a credibilidade, dizem consultores
BRUNA BORGES
DE SÃO PAULO
Atrelar a marca a uma
ação social pode ser uma estratégia rentável se houver
convergência de interesses.
Produtos que levam selo
de instituições do terceiro
setor, como as de apoio ao
tratamento de crianças com
câncer ou as de projetos
educacionais, reforçam a
credibilidade com consumidores, avaliam especialistas.
O primeiro passo na escolha da licença é associar a
marca a uma entidade que tenha valores similares, ensina
Luiz Macedo, professor de
responsabilidade social da
Fundação Getulio Vargas.
Vale ressaltar que nessa
área as limitações a produtos
licenciados são maiores.
ONGs que trabalham com
crianças e jovens, por exemplo, não aceitam se vincular
a produtores de itens de consumo voltados para adultos.
Henrique Caran, proprietário da Petbrill, que fabrica
produtos de higiene para animais em Cabreúva (SP), é um
dos que escolheram uma organização de cunho social
para associar a sua marca.
Optou pelo Instituto Ayrton Senna, que licencia as
marcas Ayrton Senna e Senninha para levantar recursos
a projetos de educação. Os
royalties variam de 3% a 10%
sobre o faturamento líquido.
"Só grandes empresas tinham esse tipo de iniciativa,
mas percebemos que já havia
uma movimentação no mercado em geral para investir
em ações sociais", conta.
Caram diz acreditar que a
parceria com o instituto é
"grande responsável" pelo
aumento das vendas nos três
últimos anos -sua empresa
apresenta um crescimento
de 10% a 20% ao ano.
MODELOS
Ainda pequena no Brasil,
a associação de produtos
a marcas sociais é uma tendência, afirmam agências
de licenciamento e ONGs.
"O potencial de licenciamento é muito grande. Isso
pode ser constatado quando
verificamos o volume de doações em razão de catástrofes,
por exemplo, que induzem a
uma mudança de comportamento da população", opina
Maurício Turra, professor de
responsabilidade social da
Escola Superior de Propaganda e Marketing.
O licenciamento na área
social, contudo, ainda concorre com outras formas de
contribuição, como na Casa
Hope, ONG de tratamento
para crianças com câncer.
Além de licenciar sua marca pelo valor mínimo de R$
2.500 por mês pelo uso do
logotipo por um ano, aceita
doações de empresas. Um
exemplo é o da fábrica de
produtos infantis Kuka Baby,
que doa R$ 2.000 por mês -o
valor de um leito no hospital.
"É uma forma de contribuir. Pode ajudar mesmo para quem não licencia", comenta Claudia Bonfiglioli,
presidente da Casa Hope.
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