São Paulo, domingo, 11 de agosto de 2002


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Acordo com FMI não surte efeito imediato para financiamentos a negócios de porte reduzido

Crédito a empresas continua restrito

DA REDAÇÃO

O acordo feito com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que liberou US$ 30 bilhões para o país, serviu de alívio para o mercado ao frear a escalada do dólar e diminuir o risco Brasil. Mas, no que se refere à oferta de linhas de crédito para os empreendedores, o resultado não deve ser tão imediato.
"No curto prazo, o cenário não muda para as empresas de micro, pequeno e médio portes. O processo eleitoral ainda gera incertezas para os bancos, e eles continuam restritivos, apesar do acordo firmado com o FMI", afirma Claudio Luiz Miquelin, diretor da área de crédito da Fiesp.
Odair Abate, do Lloyds TSB, concorda. "A questão não é o câmbio. Se o clima de insegurança estiver rondando, as instituições financeiras ficam mais austeras. A liberação de crédito para produção se torna mais difícil, mais cara e em volume menor, o que dificulta principalmente solicitações feitas por pequenos empreendedores", analisa Abate.

Burocracia
A empresária Maria Paula Del Bianco, 35, sócia-gerente da Del Bianco Internacional, de bijuterias artesanais, já sentiu dificuldades em obter financiamentos para a exportação. Há aproximadamente um ano a empresa tem clientes em Portugal e na França.
"Nem levei adiante porque o banco exigia a elaboração de um histórico de exportação. Como não temos uma clientela fixa no exterior, não havia esse relatório."
"O que as instituições financeiras não entendem é que era justamente para isso que eu precisava do crédito. Nunca terei histórico se não houver quem acredite e me ajude a construir um", emenda.
A procura de empresários de pequeno porte por crédito tem crescido. No Banco do Brasil, instituição que ocupa o primeiro lugar no ranking das mais procuradas por financiamentos do BNDES, por exemplo, desde março, há um crescimento de 5% a 6% no volume de créditos.
"E a procura maior não é pela linha do BNDES, mas pela que oferece capital de giro, incluindo antecipação de recebíveis, a grande necessidade das pequenas", diz Ronaldo Pozza, gerente da divisão de varejo do banco, que contabiliza 300 mil clientes no produto específico para capital de giro.



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