BRUNA MARTINS FONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quando a concorrência torna cada vez mais difícil consolidar uma empresa no mercado, nem sempre vence quem tem as armas de publicidade mais caras.
Opções criativas de propaganda -como cartazes em banheiros e anúncio em motos- podem ajudar o empreendedor a acertar o alvo dos potenciais clientes sem precisar ferir as finanças.
"É um modo efetivo de atingir um público de alcance regional", comenta João Abdalla Neto, 47, consultor de marketing do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Para quem quer expandir a visibilidade de sua marca na cidade, os anúncios, além de circular em táxis e ônibus, ganharam outro popular veículo paulistano.
Trata-se da "motomídia", uma espécie de capota com propaganda, que é acoplada a motocicletas.
O valor mínimo a desembolsar nessa empreitada é de R$ 350 mensais para uma moto. Roberto Bianchini, 36, diretor da MotoMídia, recomenda campanhas que trabalhem com mais de 50 motos.
A paulistana Imagix (soluções gráficas) decidiu apostar nesse meio de propaganda e aproveitou a frota de motoboys que recolhe e entrega pedidos de clientes.
"Os custos são compatíveis com nossas expectativas", diz Mauricio Carlini Filho, 41, diretor comercial da empresa, que investirá R$ 10 mil mensais em 20 motos.

Anúncio reservado
Se a proposta da "motomídia" é difundir a marca pela cidade, uma outra opção aproveita um local bem reservado para passar a mensagem: os banheiros de locais como bares, shopping centers e academias, entre outros.
"Esse tipo de anúncio atinge um público-alvo mais seleto e regionalizado", comenta Sergio Corradi, 26, diretor da New Ad, especializada nesse tipo de mídia. Um cartaz custa de R$ 150 a R$ 200. Corradi acredita que pequenas empresas possam usar a partir de 50 unidades, e as médias, um mínimo de cem, por três meses.
Para a Disk Cook, que faz entregas em domicílio para restaurantes de São Paulo e do Rio de Janeiro, a opção deu bons resultados.
"Gastamos cerca de R$ 9.000 por mês com 70 quadros em dez restaurantes", diz Patrick Sigrist, 32, diretor da empresa, que ressalta a coincidência de público-alvo.
Ele estima que o crescimento do número de clientes esteja na faixa dos 10% em dois meses e meio de utilização desses espaços.

Estratégia
Optar por algum desses meios é uma questão de estratégia, e não apenas econômica, segundo Paulo Tamanaha, 47, professor de mídia da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
"Se a marca é desconhecida, investir em pontos fixos, como painéis no metrô ou traseiras de ônibus, é mais efetivo do que em veículos móveis, em que não há tem tempo para reter o anúncio."
O valor de uma propaganda no metrô varia de R$ 100 (painel) a R$ 6.500 (adesivagem de vagão) por mês. Para anunciar em táxi, gasta-se cerca de R$ 150 por um adesivo na porta, R$ 190 por um adesivo no vidro traseiro e R$ 250 por um luminoso de teto.
"Uma frota de 10 a 20 carros é um número razoável. Mas pequenos e médios podem alocar menos carros, em locais onde está o público-alvo", opina Carlos Alberto Araújo, 58, diretor comercial da Farol Mídia Exterior.
A diretora da Belliótica -que divulgou a marca em táxis de frota-, Marcia Conde, 46, aprovou a eficácia da propaganda, mas afirma que muitas vezes circulavam com o luminoso apagado.
Para a Farol, um meio de prevenir esse problema é fiscalizar os táxis à noite. Quando é detectado um "apagado", o fiscal comunica à cooperativa, e, de acordo com a justificativa, opta-se por manter ou retirar o luminoso do veículo.
Antonio Pinheiro, 44, diretor da ABP (Associação Brasileira de Propaganda), crê que esses tipos de mídia não devem ser vistos como a única opção. "Podem ser complementados utilizando bancos, relógios e pontos de ônibus."
Já Tamanaha considera melhor concentrar investimentos em um tipo de mídia e só partir para a diversificação após a consolidação.

MotoMídia: 0/xx/11/3816-5518; New Ad: 0/xx/11/5083-3011; Farol Mídia Exterior: 0/xx/11/5061-7756; Metrocom: www.metrocom.com.br.



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