São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2004


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PESO DO FRANQUEADO

Consultores ensinam investidores a pôr em evidência a rede da qual fazem parte

Empresários viram "mina de ouro"

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Atentas à importância estratégica de ter um franqueado mais feliz, as marcas enchem de perguntas as consultorias especializadas. "Como treinar a rede para chegar aos títulos" e "onde está o erro que sempre afasta o troféu" são as dúvidas campeãs.
"Uma medalhinha de honra ao mérito pesa bastante para consumidores e novos investidores. O franqueado é a engrenagem de suporte. É ele quem leva a rede para a frente e segura as pontas do negócio", aponta a consultora Ana Vecchi, da Vecchi & Ancona.
A consultoria finalizou em março deste ano um estudo inédito que avalia o grau de satisfação de 350 franqueados com relação às suas redes. Em 18 quesitos, os entrevistados deram notas de um a cinco ao franqueador -a média geral foi de 3,39, o que equivale a 67,8% de aproveitamento.
O estudo ajuda a responder as dúvidas dos que querem agradar aos franqueados. O ponto mais falho, na visão dos investidores, é o apoio nas questões mais burocráticas da gestão da unidade franqueada (veja quadro).
Quando perguntados sobre quais os tipos de suporte mais importantes, a maioria cita os programas para treinar os empregados das unidades, o desenvolvimento de produtos e serviços e a existência de procedimentos operacionais claramente definidos.
Pesquisa divulgada pela ABF neste ano revelou que 80% dos entrevistados comprariam novamente a sua franquia. Já o índice de performance da marca (satisfação dos franqueados em relação a itens como lucratividade e retorno do investimento) foi de 64,2%, o que mostra que, embora não estejam completamente satisfeitos, 15,8% não perderam a confiança na rede que escolheram.

Olho de dono
"Além de ser um bom operador, o franqueado deve olhar o negócio como se fosse realmente um sócio da marca, e não o dono de uma loja isolada", defende Tânia Nahuys, diretora de franquias do Spoleto (alimentação).
Para ela, é muito importante que o investidor compareça às reuniões da rede e interaja com o franqueador. "O franqueado, quando é participativo, fica mais estimulado, compreende o sistema e passa a ter visão de grupo."
Segundo Ana Cuder, vice-presidente do CNA (idiomas), o ponto mais importante para ajudar a rede a aparecer é responder às pesquisas. "A opinião do franqueado é fundamental. É preciso ser claro e direto nas respostas e mostrar sua satisfação com consistência."
A executiva ressalta que o empresário deve ser sincero. "Ajudar a marca não é mentir para ganhar, é ser realista. Se os resultados não forem tão bons, é porque algo deve melhorar, e o franqueador precisa desse termômetro."

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