São Paulo, domingo, 12 de outubro de 2008


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

em foco

Vinho brasileiro sofistica-se e ganha mercado externo

Cresce participação de variedade fina na exportação

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No cenário da exportação de vinhos brasileiros, os chamados vinhos finos têm cada vez mais espaço em relação aos vinhos de mesa, menos sofisticados. Em 2003, a participação do produto na exportação total de vinhos era de 30%. Hoje, está em cerca de 80%.
Os dados são da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), que, junto com o Ibravin (Instituto Brasileiro de Vinhos), coordena a exportação do produto por meio do projeto "Wines from Brazil" (Vinhos do Brasil).
O vinho fino é produzido a partir de variedades européias de uva, como "merlot", "cabernet sauvignon" e "chardonnay", enquanto o de mesa vem de uvas americanas. "[As variedades européias] exigem mais cuidado e têm produtividade menor", ressalta Andreia Gentilini Milan, gerente do projeto.
Além da matéria-prima, muda também o valor agregado. Segundo dados da Apex-Brasil, o vinho fino custa, em média, 50% mais que o de mesa.
O foco do programa "Wines From Brazil" é vender para os Estados Unidos, a Alemanha e o Reino Unido. "No ano que vem, intensificaremos a ação na Ásia", revela Milan.

Qualitativo
Os produtores de vinho fino são, na sua maioria, empresas de pequeno porte localizadas na região Sul do país.
A Don Laurindo, que existe desde 1991, produz 150 mil garrafas por ano -o preço médio é de R$ 30. Apesar das boas vendas, o proprietário, Ademir Brandelli, 50, diz não estar interessado em crescer em quantidade, e sim em qualidade.
Para ter melhores safras, vai mudar a plantação. Em vez de cultivar as uvas na horizontal, vai adotar o modelo vertical, que permite maior insolação e ventilação para o fruto.
"O consumidor está se especializando na degustação e tornou-se mais exigente", justifica Brandelli.
Para Marcos Soares, gestor de projetos de agronegócio da Apex-Brasil, uma dificuldade que o exportador de vinho brasileiro enfrenta -seja o produto fino ou de mesa- é a barreira cultural. "No exterior, poucos sabem que o Brasil é produtor de vinho de boa qualidade." (DIOGO BERCITO)



Texto Anterior: Boate aposta em criar expectativas
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.