São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006


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O MUNDO DOS PEQUENOS

Empreender é mais fácil em país rico

Levantamento da Folha com 10 países aponta que incentivos são menores em nações pobres

Renato Stockler/Folha Imagem
A publicitária Gianna Toni, que obteve subsídios do governo britânico para criar um periódico em Londres


MARIANA BERGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

O panorama geral e a infra-estrutura oferecida para as MPMEs (micro, pequenas e médias empresas), em geral, tendem a acompanhar o grau de desenvolvimento dos países. Essa é a conclusão de um levantamento da Folha com dez países em cinco continentes.
Na França, onde 99,6% das empresas são MPMEs e 60% dos trabalhadores estão empregados nesse segmento, há um banco específico para negócios desse porte. Os franceses contam ainda com um Ministério de Pequenos Negócios.
"Desde a criação de duas leis para pequenos empreendimentos em 2003, o número de novos negócios passou de 180 mil para 225 mil por ano", revela Olivier Torres, professor de empreendedorismo da EM Lyon (École de Management et de Commerce de Lyon).
Na Nova Zelândia, país que lidera o ranking das economias mais viáveis para fazer negócios, segundo o relatório Doing Business 2006, publicado recentemente pelo Banco Mundial, há uma série de auxílios oferecidos para micro, pequenos e médios empreendedores.
"O governo concede o apoio de especialistas para consultorias, planos de negócio, acompanhamento da empresa, levantamento de fundos e pesquisa e desenvolvimento para aumentar a linha de produtos", destaca Howard Frederick, professor de empreendedorismo da Unitec New Zealand.
Apesar de ser um dos países onde mais se criam negócios, de acordo com o estudo Global Entrepreneurship Monitor 2005, com uma taxa de 11,3% de empreendedores iniciais, o Brasil ainda se encontra em estágio intermediário em termos de estrutura e apoio a MPMEs.
"Nós ainda temos dificuldade de possibilitar o acesso ao crédito a essas empresas. É preciso criar sistemas de informação, de cadastro positivo e de garantia mais eficientes do que temos hoje e também fazer com que o acesso à tecnologia chegue às pequenas empresas", reconhece Paulo Okamotto, presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em entrevista exclusiva à Folha.

Em desenvolvimento
Na África do Sul, apenas 47% das empresas são MPMEs e não há créditos específicos para empresas de menor porte, segundo o professor Mike Herrington, da Universidade da Cidade do Cabo. Já o Equador tem um índice considerado muito baixo de pequenos e médios negócios: são 7,81% do quadro total de empresas.
Nessa regra, a Índia é uma exceção. "Diversas entidades promovem a venda de produtos de MPMEs por meio de exposições, pesquisas e exportações", diz Ashutosh Bhupatkar, diretor da Pearl School of Business.


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