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GESTÃO FEMININA
Empreendedoras por oportunidade
Proporção de mulheres e homens que abrem negócios com estratégia se iguala; elas se adaptam melhor a redes
Pedro Silveira/Folha Imagem
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Marlene dos Santos com os motoboys de sua empresa
ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Menos escolarizada e com
renda inferior à do homem, a
empreendedora brasileira vem
criando negócios cada vez mais
por enxergar oportunidades e
menos por precisar enfrentar a
falta de renda.
Isso significa que ela está
transformando ideias em negócios, e não apenas improvisando uma atividade para compensar a falta de salário, normalmente ocasionada pelo desemprego, explica Simara Greco,
coordenadora do Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade, que realiza no país a
pesquisa anual sobre empreendedorismo do GEM (Global
Entrepreneurship Monitor).
O levantamento mostra que,
em 2001, de cada 10 empreendedores por oportunidade,
apenas 3 eram mulheres, enquanto 7 eram homens. Em
2008, a relação se igualou.
Ao trabalhar por oportunidade, em vez de apenas por necessidade, a empreendedora passa
a se preocupar mais com a gestão e com a continuidade do
negócio, explica Greco, contribuindo de maneira mais estruturada para o crescimento.
Além de gerar renda de uma
maneira global, a ascensão econômica da mulher muda o perfil dos gastos e dos investimentos da família, mostra o estudo
"O Poder da Bolsa: Igualdade
de Renda e Gasto da Classe Média", publicado em agosto deste
ano pelo banco de investimentos Goldman Sachs.
Ao dividir o controle dos cofres da sociedade, a mulher faz
as crianças entrarem na escola
mais cedo e estudarem por
mais tempo, expande os gastos
com saúde e investe em bens
duráveis, como lavadoras.
Educação
Os desafios do empreendedorismo feminino são os mesmos do masculino: burocracia,
impostos e dificuldades de formalização e acesso ao crédito,
aponta Greco.
As mulheres, entretanto, têm
mais facilidade em montar redes e cooperar do que os homens, ressalta Rosângela Pedrosa, da Fundação Dom Cabral. Ela coordena na instituição uma iniciativa do Goldman
Sachs para educar 10 mil mulheres empreendedoras no
mundo. Serão 500 na Dom
Cabral, em Minas Gerais, e 500
na Fundação Getulio Vargas,
em São Paulo.
O programa recebe inscrições pelos próximos quatro
anos. "O objetivo é treinar mulheres empreendedoras que
não tiveram acesso à formação
de primeira linha", explica
Tales Andreassi, da FGV.
É possível acompanhar as datas de inscrição nos sites www.fgv.br/gvpec (SP) e www.fdc.org.br/10000women (MG) .
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