São Paulo, domingo, 13 de dezembro de 2009


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GESTÃO FEMININA

Empreendedoras por oportunidade

Proporção de mulheres e homens que abrem negócios com estratégia se iguala; elas se adaptam melhor a redes

Pedro Silveira/Folha Imagem
Marlene dos Santos com os motoboys de sua empresa

ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Menos escolarizada e com renda inferior à do homem, a empreendedora brasileira vem criando negócios cada vez mais por enxergar oportunidades e menos por precisar enfrentar a falta de renda.
Isso significa que ela está transformando ideias em negócios, e não apenas improvisando uma atividade para compensar a falta de salário, normalmente ocasionada pelo desemprego, explica Simara Greco, coordenadora do Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade, que realiza no país a pesquisa anual sobre empreendedorismo do GEM (Global Entrepreneurship Monitor).
O levantamento mostra que, em 2001, de cada 10 empreendedores por oportunidade, apenas 3 eram mulheres, enquanto 7 eram homens. Em 2008, a relação se igualou.
Ao trabalhar por oportunidade, em vez de apenas por necessidade, a empreendedora passa a se preocupar mais com a gestão e com a continuidade do negócio, explica Greco, contribuindo de maneira mais estruturada para o crescimento.
Além de gerar renda de uma maneira global, a ascensão econômica da mulher muda o perfil dos gastos e dos investimentos da família, mostra o estudo "O Poder da Bolsa: Igualdade de Renda e Gasto da Classe Média", publicado em agosto deste ano pelo banco de investimentos Goldman Sachs.
Ao dividir o controle dos cofres da sociedade, a mulher faz as crianças entrarem na escola mais cedo e estudarem por mais tempo, expande os gastos com saúde e investe em bens duráveis, como lavadoras.

Educação
Os desafios do empreendedorismo feminino são os mesmos do masculino: burocracia, impostos e dificuldades de formalização e acesso ao crédito, aponta Greco.
As mulheres, entretanto, têm mais facilidade em montar redes e cooperar do que os homens, ressalta Rosângela Pedrosa, da Fundação Dom Cabral. Ela coordena na instituição uma iniciativa do Goldman Sachs para educar 10 mil mulheres empreendedoras no mundo. Serão 500 na Dom Cabral, em Minas Gerais, e 500 na Fundação Getulio Vargas, em São Paulo.
O programa recebe inscrições pelos próximos quatro anos. "O objetivo é treinar mulheres empreendedoras que não tiveram acesso à formação de primeira linha", explica Tales Andreassi, da FGV.
É possível acompanhar as datas de inscrição nos sites www.fgv.br/gvpec (SP) e www.fdc.org.br/10000women (MG) .


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