São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 2007


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INSPIRAÇÃO NO MUNDO
Colônias formam mercado potencial

Estabelecimentos com inspiração em outros países atendem a estrangeiros e a brasileiros

Renato Stockler/Folha Imagem
O bazar egípcio começou com poucas peças no estoque e atualmente oferece 200 modelos de narguilés (espécie de cachimbo oriental)


MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Japoneses, armênios, egípcios, bolivianos, neozelandeses. Numa cidade como São Paulo, para a qual migram pessoas das mais diversas nacionalidades, estabelecimentos especializados nas exigências dessas colônias tendem a se tornar verdadeiros negócios da China.
No Estado de São Paulo vivem 344 mil estrangeiros, segundo o Censo 2000 do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No topo da lista estão os portugueses, que somam 106.438. Em seguida, vêm os japoneses, com 51.445, e os italianos, que chegam a 34.394.
Multiplicando esses números pelos descendentes e os "forasteiros" que adotam as tradições de cada cultura, tem-se um público considerável, que, dependendo da nacionalidade, pode passar da casa do milhão.
E a tendência é que esses números se mantenham em alta. "Hoje vivemos em um mundo globalizado. Há gente de todas as partes do mundo em todos os lugares, especialmente em cidades com maior fluxo de pessoas", explica o professor de marketing da Fundação Dom Cabral Leonardo Araújo.
"Há três públicos possíveis: os nativos que visitam o Brasil, os expatriados e os brasileiros em geral", diz Victor Almeida, do Programa de Aperfeiçoamento Profissional em Gestão do Varejo, do Instituto Coppead de Administração.
Segundo Almeida, o desafio está em satisfazer a todos os públicos com o serviço oferecido no estabelecimento. "É importante buscar informação e atualização para que o negócio não se baseie somente em conhecimentos prévios do empreendedor", ressalta.
O empresário deve ter em mente que, ao apostar em um nicho, não precisa atrair apenas comunidades de outros países. "Por trás dessa estratégia é possível diferenciar seu produto do que já existe em demasia no mercado."

Jeitinho brasileiro
Uma das dicas dos especialistas é, principalmente para quem aposta no ramo da gastronomia, adequar o gosto da comida ao paladar brasileiro, já que, em geral, só o público nativo não sustenta o negócio.
"O produto precisa ser tropicalizado para não causar um impacto desagradável no consumidor", recomenda o coordenador do Centro de Empreendedorismo do Ibmec São Paulo, Marcos Hashimoto.
Outra recomendação é levar em conta que produtos com boa saída em outros países podem não ter o mesmo efeito aqui (veja dicas na página 3).
Conheça, nesta edição, as histórias de seis empreendedores que apostaram em empresas com inspiração estrangeira.


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