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INSPIRAÇÃO NO MUNDO
Colônias formam mercado potencial
Estabelecimentos com inspiração em outros países atendem a estrangeiros e a brasileiros
Renato Stockler/Folha Imagem
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O bazar egípcio começou com poucas peças no estoque e atualmente oferece 200 modelos de narguilés (espécie de cachimbo oriental) |
MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Japoneses, armênios, egípcios, bolivianos, neozelandeses.
Numa cidade como São Paulo,
para a qual migram pessoas das
mais diversas nacionalidades,
estabelecimentos especializados nas exigências dessas colônias tendem a se tornar verdadeiros negócios da China.
No Estado de São Paulo vivem 344 mil estrangeiros, segundo o Censo 2000 do IBGE
(Fundação Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística).
No topo da lista estão os portugueses, que somam 106.438.
Em seguida, vêm os japoneses,
com 51.445, e os italianos, que
chegam a 34.394.
Multiplicando esses números pelos descendentes e os "forasteiros" que adotam as tradições de cada cultura, tem-se
um público considerável, que,
dependendo da nacionalidade,
pode passar da casa do milhão.
E a tendência é que esses números se mantenham em alta.
"Hoje vivemos em um mundo
globalizado. Há gente de todas
as partes do mundo em todos
os lugares, especialmente em
cidades com maior fluxo de
pessoas", explica o professor
de marketing da Fundação
Dom Cabral Leonardo Araújo.
"Há três públicos possíveis:
os nativos que visitam o Brasil,
os expatriados e os brasileiros
em geral", diz Victor Almeida,
do Programa de Aperfeiçoamento Profissional em Gestão
do Varejo, do Instituto Coppead de Administração.
Segundo Almeida, o desafio
está em satisfazer a todos os
públicos com o serviço oferecido no estabelecimento. "É importante buscar informação e
atualização para que o negócio
não se baseie somente em conhecimentos prévios do empreendedor", ressalta.
O empresário deve ter em
mente que, ao apostar em um
nicho, não precisa atrair apenas comunidades de outros
países. "Por trás dessa estratégia é possível diferenciar seu
produto do que já existe em demasia no mercado."
Jeitinho brasileiro
Uma das dicas dos especialistas é, principalmente para
quem aposta no ramo da gastronomia, adequar o gosto da
comida ao paladar brasileiro, já
que, em geral, só o público nativo não sustenta o negócio.
"O produto precisa ser tropicalizado para não causar um
impacto desagradável no consumidor", recomenda o coordenador do Centro de Empreendedorismo do Ibmec São
Paulo, Marcos Hashimoto.
Outra recomendação é levar
em conta que produtos com
boa saída em outros países podem não ter o mesmo efeito
aqui (veja dicas na página 3).
Conheça, nesta edição, as
histórias de seis empreendedores que apostaram em empresas com inspiração estrangeira.
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