São Paulo, domingo, 14 de novembro de 2010 |
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"Guerra cambial pode resultar em falências"
Professora do Insead alerta sobre valorização do real e bolha imobiliária
Folha - Quais são os riscos da guerra cambial atual para os países emergentes, como a Índia, a China e o Brasil? Lourdes Casanova - No Brasil, o principal risco é a valorização do real. O poder do país é limitado nesse caso. A rupia indiana e o yuan chinês não flutuam e estão protegidos de oscilações. Que repercussões isso pode ter na economia brasileira? Oscilações de moeda podem causar a quebra de empresas. Foi o que aconteceu em outubro de 2008, quando o real desvalorizou depois da quebra do banco de investimento Lehman Brothers. Falando em 2008, o Brasil corre riscos com a alta dos preços dos imóveis? Sim, eles subiram muito mais que o poder de compra dos brasileiros. Os resultados da explosão de uma bolha imobiliária são terríveis, como o que vimos nos EUA. Durante a pesquisa para seu livro, o que chamou atenção? As empresas são resilientes. Foi o que permitiu que muitas atravessassem a crise. Outra coisa é que a inovação está mais presente do que se imagina. Deveríamos ampliar o conceito além de patentes e publicações e incluir modelos de negócios e trabalho com marcas. No Brasil, que inovações a senhora destacaria? A transformação do país em potência de agricultura. Alimentação é um desafio para o futuro, e o Brasil está bem posicionado. O etanol também é importante. Ambos contaram com a combinação entre setor privado local, iniciativas governamentais e centros de pesquisa. Isso significa que o Brasil pode se beneficiar mais da parceria de governo e empresas? Sim, se analisarmos os exemplos, eles têm esse denominador comum. A falta de liberdade política na China pode impactar o crescimento econômico? Por enquanto, a prosperidade parece compensar a falta de liberdade política. Dado o atual estágio de desenvolvimento do cidadão médio em termos financeiros, é provável que esse aspecto domine o desejo por liberdade política por uma década ou mais. Mas será interessante ver como o país equacionará essa questão. Texto Anterior: Foco: Sebrae oferece subsídios para criação nas micro e pequenas Próximo Texto: Crédito para exportação de serviço é facilitado Índice | Comunicar Erros |
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