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AUMENTO DE ESCALA
Apas lançará marca própria em 2009
Investimento acontece na esteira do crescimento desse nicho, aponta estudo da Nielsen
DIOGO BERCITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para ganhar poder de barganha e garantir uma escala que
torne viável ingressar no ramo
das marcas próprias -vendidas
apenas pelo varejista que detém a propriedade da marca-,
a Apas (Associação Paulista de
Supermercados) lançará, no
início de 2009, uma linha exclusiva de produtos.
Os primeiros itens que farão
concorrência às marcas já existentes serão lançados como
Miss Clear, de produtos de limpeza. A entidade estuda agora a
introdução de novas categorias
-os fornecedores passarão por
um processo de concorrência.
As mercadorias serão comercializadas apenas pelas lojas
associadas, um total de 414.
A maioria são supermercados
de pequeno porte, com uma
média de quatro "check-outs".
"Avaliaram meus produtos e
o custo-benefício", relata Fábio
Patelli Stort, 30, dono da MaxClean e fornecedor que produzirá a primeira linha da marca,
composta de água sanitária,
amaciante e desinfetante.
A demanda prevista, diz
Stort, é de 30 mil caixas por
mês. Hoje, a empresa vende 60
mil caixas mensais. O ganho
em volume deverá trazer receita maior, mas, por outro lado,
exigiu mais investimentos.
Foram R$ 200 mil gastos entre aquisição de novas máquinas, alterações na logística,
contratação de seis novos funcionários e criação de um segundo turno de trabalho.
Em alta
A investida da Apas vem na
esteira do crescimento desse
mercado. O 14º Estudo Anual
de Marcas Próprias, pesquisa
realizada pela Nielsen e divulgada no final de outubro, aponta que 48,9% dos domicílios
brasileiros compraram algum
produto de marca própria no
primeiro semestre de 2008
-no total, 18 milhões de lares.
Em 2007, o índice foi de 36,9%.
Também de olho nesses consumidores, o Supermercado
Kusma, de Curitiba, criou uma
marca própria para suas oito
unidades. Começou com papel
higiênico e álcool, há mais de
20 anos, e desde então o "mix"
foi ganhando novos itens.
Os produtos são vendidos
abaixo do preço praticado pelos
líderes das categorias, atingindo, assim, o público-alvo -consumidores das classes B e C.
Planejamento
Na hora de escolher que itens
serão comercializados como
marca própria, são levadas em
consideração as chances que o
produto terá de se consolidar.
"Não vale a pena competir
com os líderes, eles são focados
apenas nisso", diz o gerente de
marketing, Marlos Kusma, 28.
É exatamente na perda de foco que está a crítica de especialistas. Para Francisco Madia de
Souza, presidente da Academia
Brasileira de Marketing, a loja
de varejo que vende produtos
de marca própria tem um comportamento fora do normal.
"O negócio do varejista é comercializar com qualidade, a
especialização dele é na prestação do serviço de venda", define. "Ele não deve competir com
os seus fornecedores."
279
é o número de categorias de produto
com marca própria no Brasil, segundo
pesquisa divulgada em outubro pela
Nielsen. Houve um crescimento entre
2007 e 2008 de oito categorias
119
é o número de marcas próprias de
arroz, que lidera o ranking na cesta
de alimentos. O segundo colocado é
o feijão (91), seguido pela farinha
de trigo (63) e pelo café (60)
48,9%
é o percentual de domicílios que compraram pelo menos um produto de
marca própria no primeiro semestre de 2008, representando um universo de 18 milhões de lares
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