São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 2009


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RECONSTRUÇÃO

Com baixo resultado, Sebrae reformula programa em SC

Projeto é intensificar atendimento a empresas atingidas por enchentes e deslizamentos

Moacyr Lopes Jr. 25.nov.08/Folha Imagem
Vista aérea do município de Itajaí (SC), inundado depois das chuvas que tiveram início em novembro do ano passado

RAQUEL BOCATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) vai reestruturar o programa Recuperação Empreendedora, de assistência a micro e pequenas empresas atingidas por alagamentos e deslizamentos em novembro de 2008 em Santa Catarina.
Seriam oferecidos cadastro, triagem e encaminhamento para atendimento coletivo e individual, com orientação sobre linhas de crédito disponíveis.
A informação é de Mario Gesser, assessor de projetos especiais do Sebrae-SC. "O projeto não atendeu [o número de empresários] que se esperava."
Segundo ele, seriam feitos oito grandes atendimentos, com duração de três ou quatro dias, nos quais consultores da entidade e instituições financeiras ofereceriam auxílio às firmas. No entanto, até agora, foram realizados apenas três -em Blumenau, Itajaí e Tijucas.
"Preferimos parar [com os atendimentos]. Calculávamos 4.000 pessoas nos três atendimentos, mas tivemos 1.300."
A baixa procura, segundo ele, está relacionada a fatores como falta de linhas de crédito com diferenciais significativos e programação dos empresários.
Hoje, afirma, há cerca de 400 empresas sendo atendidas. Em 17 de dezembro, quando o programa foi anunciado, a meta era auxiliar 35 mil empresas em seis meses. O número, segundo ele, se mantém.
"Logo em seguida [às chuvas] estávamos lá." Naquele período, muitos "ainda estavam limpando suas indústrias, recuperando equipamentos. Preferiram continuar fazendo isso, para colocar a fábrica em funcionamento, a ir lá falar com a gente no atendimento. Só vão pensar em reestruturar a empresa após o Carnaval".

Contato
Segundo a presidente da Ampe Blumenau (Associação das Micro e Pequenas Empresas), Sonia Medeiros, e empresários da região, o Sebrae cadastrou empreendedores que compareceram aos eventos realizados, mas não entrou em contato.
O empresário Ivandro Papst, 36, é um deles. "Desde dezembro, ninguém me procurou."
"Quem entrou no cadastro está sendo atendido", rebate Gesser, acrescentando que foi priorizado quem compareceu a um escritório do Sebrae.
Até o fim de fevereiro, diz, todos serão contatados. Para meados de março, a previsão é contabilizar 7.500 atendimentos, feitos pelos 37 consultores.
Gesser se mostra interessado em mobilizar a equipe de 12 pessoas do 0800 da entidade e fazer um trabalho por setores -o que somaria 25 consultores.
O Sebrae conta com R$ 5 milhões para o programa.

80 mil
É o número de micro e pequenos empresários direta ou indiretamente afetados pelas enchentes ou por deslizamentos de terra em Santa Catarina. Em todo o Estado, existem 131 mil micro e pequenos empreendimentos, que, juntos, respondem por 57,5% dos empregos formais


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