Certificação 14.001 ainda é raridade nas empresas

RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O apelo mundial para a preservação do ambiente tem surtido resultado em relação a gestão ambiental nas empresas.
"Tem havido um aumento da demanda por informações sobre gestão ambiental nas firmas", atesta o diretor do Departamento de Meio Ambiente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Nelson Pereira dos Reis.
Essa maior conscientização, no entanto, ainda não se reverteu em certificações ISO 14.001, de gestão ambiental.
Na Fiesp, por exemplo, apenas duas das micro e pequenas e médias firmas associadas contam com ISO 14.001, de gestão ambiental.
"A certificação é cada vez mais necessária", assinala. E complementa: "É algo importante, em especial para empresas que exportam ou querem ganhar o mercado externo".
Para Vitor Feitosa, presidente do Conselho de Meio Ambiente da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), os empresários precisam analisar se a certificação gera benefícios.
"Caso contrário, eles fazem o investimento e se sentem jogado em uma vala comum [por falta de retorno financeiro]", exagera Feitosa.
Luis Fábio Dourado, 36, diretor da Paschoal Dourado & Filho, empresa de comércio de metais, investiu na certificação em gestão ambiental e afirma que, por enquanto -um ano depois de obter o "diploma"-, não obteve retorno financeiro.
"Há um diferencial em concorrências. As grandes empresas dão preferência a quem tem certificação. Mas não posso aumentar o preço", considera.

Manual
Para auxiliar empresários na adequação ambiental do empreendimento, a Fiesp lançará, ainda no primeiro semestre, uma cartilha. Além da versão impressa, o manual ganhará também as páginas da internet.