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REMESSA TRANSATLÂNTICA
África atrai exportações do Brasil
Governo e câmaras de comércio fazem esforço para aumentar as trocas com o continente
Rafael Hupsel/Folha Imagem
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Rodrigo Vogel, diretor da Paineira Alimentos, que produz carne-seca
ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As atenções estão voltadas
para a África -não só porque o
continente vai receber a Copa
do Mundo de 2010 mas também porque empresários brasileiros de diferentes segmentos
mostram-se interessados em
distribuir sua produção por lá.
Os conflitos internos diminuíram, e a África está se desenvolvendo e se reconstruindo, o que aumenta a demanda
por produtos variados, afirma
Gilberto Lima, coordenador de
imagem e acesso a mercados da
Apex-Brasil (Agência Brasileira
de Promoção de Exportações e
Investimentos).
Há ainda grandes obstáculos
para entrar no continente,
como problemas de infraestrutura e logística. Com o objetivo
de encurtar essa distância,
governo e câmaras de comércio
têm lançado iniciativas de
aproximação entre o Brasil e
diversos países africanos.
Na semana passada, uma delegação brasileira com 98 empresários e representantes de
segmentos como os de alimentos, agronegócios, cosméticos e
têxtil foi à África para participar de rodadas de negócios,
com o intuito de aumentar
comércio e investimentos.
A missão, elaborada pelo
Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior), visitou as cidades de
Luanda (Angola), Maputo (Moçambique) e Joanesburgo
(África do Sul). Neste ano, outras missões estiveram em países como Marrocos, Líbia, Argélia, Tunísia, Gana e Senegal.
Outra iniciativa para facilitar
o intercâmbio partiu da Apex-Brasil, que anunciou a abertura
de um centro de negócios em
Luanda. As atividades devem
começar em dezembro.
Segundo um estudo de inteligência comercial feito pela instituição em agosto deste ano, as
melhores oportunidades para
exportações brasileiras contínuas em Angola estão em grupos como os de calçados e partes, carne bovina e higiene pessoal e cosméticos.
O estudo indicou também
que o país tem deficiências diversas em infraestrutura, mas
que o governo local tem investido na construção de portos,
rodovias e sistemas de energia.
"Estaremos prontos para facilitar o intercâmbio com empresas e com entidades governamentais, que têm programas
de incentivo", afirma Lima.
Língua portuguesa
O Encontro Empresarial de
Negócios na Língua Portuguesa, que foi realizado em setembro e formado neste ano por oito nações -Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé
e Príncipe e Timor Leste-,
também incentivou a aproximação com países africanos.
Até a edição anterior, o evento focava apenas a relação entre
Brasil e Portugal. Segundo o
presidente do Conselho das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil, Rômulo Alexandre Soares, a facilidade do idioma aproxima o grupo de países.
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