São Paulo, domingo, 15 de novembro de 2009


Próximo Texto | Índice

REMESSA TRANSATLÂNTICA

África atrai exportações do Brasil

Governo e câmaras de comércio fazem esforço para aumentar as trocas com o continente

Rafael Hupsel/Folha Imagem
Rodrigo Vogel, diretor da Paineira Alimentos, que produz carne-seca

ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As atenções estão voltadas para a África -não só porque o continente vai receber a Copa do Mundo de 2010 mas também porque empresários brasileiros de diferentes segmentos mostram-se interessados em distribuir sua produção por lá.
Os conflitos internos diminuíram, e a África está se desenvolvendo e se reconstruindo, o que aumenta a demanda por produtos variados, afirma Gilberto Lima, coordenador de imagem e acesso a mercados da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
Há ainda grandes obstáculos para entrar no continente, como problemas de infraestrutura e logística. Com o objetivo de encurtar essa distância, governo e câmaras de comércio têm lançado iniciativas de aproximação entre o Brasil e diversos países africanos.
Na semana passada, uma delegação brasileira com 98 empresários e representantes de segmentos como os de alimentos, agronegócios, cosméticos e têxtil foi à África para participar de rodadas de negócios, com o intuito de aumentar comércio e investimentos.
A missão, elaborada pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), visitou as cidades de Luanda (Angola), Maputo (Moçambique) e Joanesburgo (África do Sul). Neste ano, outras missões estiveram em países como Marrocos, Líbia, Argélia, Tunísia, Gana e Senegal.
Outra iniciativa para facilitar o intercâmbio partiu da Apex-Brasil, que anunciou a abertura de um centro de negócios em Luanda. As atividades devem começar em dezembro.
Segundo um estudo de inteligência comercial feito pela instituição em agosto deste ano, as melhores oportunidades para exportações brasileiras contínuas em Angola estão em grupos como os de calçados e partes, carne bovina e higiene pessoal e cosméticos.
O estudo indicou também que o país tem deficiências diversas em infraestrutura, mas que o governo local tem investido na construção de portos, rodovias e sistemas de energia.
"Estaremos prontos para facilitar o intercâmbio com empresas e com entidades governamentais, que têm programas de incentivo", afirma Lima.

Língua portuguesa
O Encontro Empresarial de Negócios na Língua Portuguesa, que foi realizado em setembro e formado neste ano por oito nações -Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste-, também incentivou a aproximação com países africanos.
Até a edição anterior, o evento focava apenas a relação entre Brasil e Portugal. Segundo o presidente do Conselho das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil, Rômulo Alexandre Soares, a facilidade do idioma aproxima o grupo de países.


Próximo Texto: Envio de itens cresce 30%
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.