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Logística é entrave para comércio
Infraestrutura e transporte são empecilhos, mas parcerias auxiliam entrada nos países
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Apesar de as chances de negócio na África serem diversificadas e abundantes, os entraves são muitos, e o sucesso
depende de parcerias e de conhecimento do mercado local.
Para Paulo Gurgel, da Cigel,
que vende para Angola e Cabo
Verde há dois anos, a facilidade
com o idioma proporcionou a
parceria com empresários daqueles países.
Ele relata, no entanto, que
enfrentou problemas de logística. "Quando o armador consegue lotar o navio que sai de
São Paulo e do Rio de Janeiro,
ele não para no porto de Mucuripe, em Fortaleza. Temos que
esperar uma outra oportunidade", aponta Gurgel.
A firma quer fazer parceria
com uma trading para dividir
contêiner com produtos de outros setores, apesar de isso aumentar o preço do produto em
15% para o consumidor final.
Os processos logísticos e burocráticos também interessam
a Carla Van Ass, sócia-proprietária da Boutique de Aromas,
de Panambi (RS), que fabrica
cosméticos e produtos de limpeza e aromatização.
Por isso ela frequenta feiras
internacionais e consulta pessoas que já atuam no mercado.
A empresária participou da
missão à África na semana
passada e considerou o resultado positivo. "Tiramos um pedido em Moçambique e voltamos
com várias solicitações de franquias nos países que visitamos", afirma.
Aporte
Para aproveitar um nicho, a
cearense Universo Pescados
fez uma "joint venture" com a
cabo-verdiana Sucla, após uma
rodada de negócios das câmaras de comércio do Brasil e de
Cabo Verde, conta o sócio-administrador Fabiano Lima.
O objetivo é implantar lá
uma tecnologia desenvolvida
pela empresa para a criação de
camarões em cativeiro. O país,
que já tem infraestrutura, mercado consumidor e clima propício, necessita da tecnologia
para montar criadouros.
O projeto está em fase inicial
de implantação. "A expectativa
é que a "joint venture" possa
participar ativamente da comercialização de camarões em
Cabo Verde e na Europa, nosso
foco principal", diz Lima. A firma fica com 50% do lucros advindos do uso da tecnologia.
O total do investimento é de
1,35 milhão, sendo 675 mil
provenientes de um fundo holandês e 675 mil de outros investidores. Lima começa a pagar o investimento a partir do
terceiro ano de produção, e a
estimativa é criar 150 toneladas por ano.
Para não perder negócios,
Paulo Hegg, diretor da Laticínios Tirolez, que exporta para a
África há quatro anos, conta
que fica atento às necessidades
locais e à adequação do produto para cada destino.
"Quando a África do Sul não
tem problemas climáticos e na
criação do gado, eles passam a
ser nossos principais concorrentes porque não pagam impostos de importação para os
países vizinhos", aponta.
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