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São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 2003


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Expandir por meio desse sistema não é um processo simples e exige um estudo sobre o negócio

Franquia soluciona a falta de capital

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Padronizar atendimento e produto e transformar o negócio em franquia são algumas das fórmulas adotadas por empresários que começaram quase do nada.
Mas o processo não é simples. Na implementação do franchising é preciso que estejam presentes alguns requisitos como marca, propaganda unificada, mercado não-saturado e algum diferencial.
De acordo com os consultores, quando satisfeitos os requisitos, essa é uma boa oportunidade de crescimento para quem não tem capital imediato. "Mas só se descobre se o negócio é franqueável se for feito um estudo do caso", avisa André Friedheim, 33, diretor da consultoria Francap.
Liana Bittencourt, 24, diretora da Bittencourt Consultoria, concorda. "Há redes em que franqueados entraram na Justiça contra o franqueador, pois houve expansão em excesso e iniciou-se uma concorrência interna."

Exceção
Mas no caso de Elizabeth da Cunha Pimenta, 53, não houve estudo algum. Ela é a proprietária da Água de Cheiro, que começou com uma loja em Belo Horizonte.
Em 1976, ela investiu seu FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e comprou uma loja de 17 m2. Os perfumes eram vendidos em sacos de feltro artesanais. Foi um sucesso na capital mineira, e as pessoas pediram para abrir lojas iguais em outros locais.
"Em uma festa, um colega elogiou o sistema de franchising que eu havia montado, mas eu nem sabia o que a palavra significava."

Treinamento
Em contrapartida, há empresas que, embora estejam muito bem independentes, não se adaptaram ao franchising, como a Casa das Calcinhas. "Tentamos mudar, mas os franqueados não tiveram aptidão para vender peças íntimas, então recomprei as lojas", conta Zilah Marques Deieno, 58.
De acordo com Bittencourt, é indispensável que a rede invista em treinamento. "Tivemos um caso recente da rede FujiFilm em que algumas lojas iam bem, e outras, não. O faturamento subiu 30%, mas só após treinamentos."
Já para achar o momento ideal de expansão, é preciso estar atento às oportunidades, como fez Pedro Eduardo Weinberger, 37, sócio da Grão Espresso Cafeteria.
A empresa possui hoje 97 unidades, com faturamento total de R$ 17 milhões, mas já passou por momentos difíceis. "De 92 a 94, montamos duas cafeterias, mas não conseguíamos entrar nos shoppings", diz Weinberger. A rede só ganhou espaço em 1996, quando o Wal-Mart chegou ao Brasil. "Colocamos lojas em todas as unidades e crescemos."



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