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Expandir nem sempre é a saída certa
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Mesmo com espírito empreendedor, entusiasmo e comprometimento, há casos em que o crescimento pode "matar" a empresa.
"Há indicadores que mostram
quando não se deve expandir,
como a falta de estruturação ou
de noção clara da absorção do
mercado", afirma Marcelo Cherto, 48, do Instituto Franchising.
Outro ponto é preparar-se para
delegar responsabilidades. "Não
adianta ser ótimo lojista se, ao sair
de férias, o faturamento cai."
O empresário Raul Souza Sulzbacher, 62, vivenciou uma tentativa de expansão frustrada ao tentar consolidar uma marca de
jeans que ficou famosa no início
da década de 80: a Jeneration.
"No início, a marca vendia bem,
com acessórios dentro da Levi's.
Depois montamos lojas próprias,
mas não deu certo, o fornecedor
tinha outras prioridades, e acabei
fechando", conta Sulzbacher, que
hoje comanda a Raul's, uma loja
para gourmets no Shopping Iguatemi (zona oeste de São Paulo).
Para o consultor do Sebrae-SP
(Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas) Júlio César Durante, 40, o problema
pode estar no equilíbrio entre
oferta de produtos e qualidade.
"Já vi essas crises principalmente no ramo de refrigerantes. O
empresário atende bem uma região, mas, quando aumenta a
produção, perde a qualidade e
acaba engolido pelas grandes
marcas."
Equilíbrio econômico
Conseguir equilibrar as contas é
um importante passo para não ter
de fechar as portas. O cenário
atual, no entanto, não tem colaborado: no ano passado, o faturamento das micro e das pequenas
empresas teve queda de 13% em
relação a 2001, mostra uma pesquisa do Sebrae em parceria com
a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados).
Diante disso, as dicas dos economistas são terceirizar sempre
que possível, saber remunerar os
sócios, utilizar contratos de risco e
fugir dos empréstimos bancários.
"Cresça mais devagar e com capital próprio. Empréstimos, só
quando tiver certeza do retorno",
recomenda Renato Cotta de Mel-
lo, professor da Coppead-UFRJ.
Ainda para a boa saúde financeira, os sócios devem ser pagos
em duas partes: o pró-labore (o
salário que se pagaria para um gerente fazer o que o sócio faz) e a
distribuição de lucros. "Para não
descapitalizar a companhia", diz
Claudemir Galvani, 54, vice-presidente da Ordem dos Economistas e diretor da consultoria Metha.
O contrato de risco, sugerido
pelo economista, é aquele em que
parte do pagamento é vinculada
ao sucesso do projeto contratado.
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