São Paulo, domingo, 16 de setembro de 2007


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Viagem a países gelados esquenta nicho de mercado

Empresários investem em vendas de roupas e equipamentos para neve

ALAN DE FARIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Brasil e neve combinam. E muito. É o que dizem empresários que, percebendo o número cada vez maior de brasileiros com viagem marcada para países frios, decidiram investir nas temperaturas abaixo de zero.
Recentemente inaugurada no MorumbiShopping, a Casa de Pedra, que começou como um centro esportivo de escalada, passou a comercializar artigos para esportes de inverno.
"O segredo nesse mercado é ter como opção uma diversidade de modelos e marcas de produtos aos clientes", expõe o proprietário da empresa, Alexandre Cesar da Silva, 33.
A empresária Cristina Zanni, 54, é outra que apostou nesse segmento. Sua loja, a Benevento, especializou-se na venda de vestuário de inverno com lojas em Campinas e em São Paulo.
"Para atrair os clientes, decorei o estabelecimento com paisagens de regiões frias", conta.
De olho no incremento do caixa, Fernando Li Barbosa, 31, da loja Pé na Trilha, especializada em vestuário e acessórios para viagens e esportes de verão e inverno, estudou seu público-alvo e mudou a estratégia: agora, comercializa seus produtos também pela internet.
"Com isso houve um aumento de 60% nas vendas", afirma.
O baixo valor do dólar é uma das razões que explicam o aumento de viajantes brasileiros ao exterior. Destinos até então considerados de elite, como Bariloche, na Argentina, integram pacotes econômicos, como os da operadora de turismo CVC.
Dados do Ministério do Turismo indicam que, no ano passado, cerca de 196 mil pessoas viajaram para o Chile e 50 mil para o Canadá, por exemplo.

Neve dura
Embora o cenário seja positivo para esse nicho, é essencial ficar atento a especificidades.
O consultor de marketing do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) João Abdala aconselha planejar os investimentos e as compras de mercadorias.
"Uma vez que se trata de um comércio sazonal, é interessante também acompanhar a cotação do dólar, variável que influencia bastante na movimentação turística", recomenda.
Um dos entraves para esse tipo de comércio é a alta carga tributária. Por conta disso, verifica-se uma grande diferença dos preços praticados no Brasil e em outros países, onde os acessórios podem ser alugados.
"Enquanto uma mochila chega a custar R$ 600 aqui, lá fora, o mesmo artigo pode sair por US$ 150", atesta Barbosa.
A burocracia existente na importação de mercadorias é outro problema. "Um produto, para ser realmente liberado, fica muito tempo parado na alfândega", alega Cristina Zanni.
Para Ramiro Eli, 30, diretor de produtos da Kailash, indústria que produz uma série de acessórios e vestuários para inverno, o setor tem dois desafios: levar ao conhecimento do público as características de produtos de neve e encontrar novos mercados de compra.
"Assim, não ficamos reféns da sazonalidade", finaliza.

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