São Paulo, domingo, 17 de abril de 2011


Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Loja independente perde espaço dentro de shopping

Comércio não franqueado representa 30% do total em centros varejistas

Rodrigo Capote/Folhapress
O empresário Roger Reis diversifica a cartela de produtos para atrair clientela

PATRÍCIA BASILIO
DE SÃO PAULO

Abrir uma loja individual dentro de shopping é um desafio para micro e pequenos empresários no Brasil.
Sem uma franquia para dar visibilidade à marca, esses estabelecimentos enfrentam a concorrência de grandes varejistas para se estabelecer e ganhar clientela.
Hoje, apenas 30% das lojas em shoppings das regiões Sul e Sudeste não são franqueadas, aponta estimativa da ABF (Associação Brasileira de Franchising).
Com a alta de 20,4% no faturamento do setor de franquias de 2009 para 2010, as lojas individuais perdem espaço e devem crescer pouco, calcula Luís da Silva, diretor de relações institucionais da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping).
"[As pequenas lojas] têm menos representatividade no relacionamento com shoppings e na negociação com fornecedores", pontua.
Para Ricardo Camargo, diretor-executivo da ABF, o alto valor do aluguel também afeta os independentes, uma vez que eles têm mais dificuldade em barganhar preços com a administradora.
"O ponto comercial [em shoppings] valorizou 200% em dois anos. O aluguel de [um espaço de] 40 metros quadrados, por exemplo, chega a custar R$ 300 mil por mês", indica Camargo.
Para se diferenciar de grandes redes, o empresário Roger Cavalheiro Reis, 26, dono da papelaria Magic Paper, no Grand Plaza Shopping, em Santo André (ABC Paulista), expande a gama de produtos à venda e investe em estratégias de marketing. "Comercializo pelúcias, artigos de informática e presentes para atrair clientes fora do período de volta às aulas."
Apesar de ter outra unidade da papelaria dentro de um supermercado da capital paulista, Reis afirma sentir dificuldade para negociar preços com revendedores.
Na década passada, compara ele, não havia tanta concorrência entre os lojistas. "A disputa está cada vez mais acirrada e temos pouca verba para investir na propaganda de nossas lojas", avalia o empresário.


Próximo Texto: Cobrança de luvas prejudica lojistas
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.