São Paulo, domingo, 17 de julho de 2011


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Pequena empresa investe em TV fechada para crescer

Espaço de 30 segundos em intervalo comercial custa a partir de R$ 3.800
Letícia Moreira/Folhapress
Rolando Viviani Júnior segura as garrafas de água que anuncia na TV

PATRÍCIA BASILIO
DE SÃO PAULO

Há seis anos, a Aquamare, pequena empresa que transforma água do mar em bebida para consumo, era desconhecida de grande parte dos consumidores. Sem verba para investir em propaganda, tinha dificuldades para emplacar produtos no mercado.
Desde março, no entanto, o diretor Rolando Viviani Júnior, 38, encontrou na TV por assinatura uma estratégia para divulgar o novo produto, que ficou conhecido como a água do Bob Esponja. "Como ele [produto] está inserido em nicho específico, o canal fechado foi um meio rápido para atingir o público infantil."
O empresário, que não revela o faturamento da empresa nem o montante gasto com publicidade na TV, afirma vender 20% a mais por mês depois de anunciar nos intervalos de canal para crianças.
O investimento da empresa em propaganda, contudo, exige mudanças estruturais. "Temos que ampliar a distribuição dos produtos", destaca o empresário, que diz receber ligações de clientes reclamando da falta da mercadoria nos supermercados.
O caso da Aquamare não é isolado. Levantamento feito pela Folha com os 20 maiores canais de TV fechada - como CNN, Warner e Fox- aponta que de 15% a 25% do bolo publicitário dessas emissoras vem de pequenos negócios.
Facilidade em atingir consumidores segmentados e espaço publicitário com valor reduzido -em comparação com canais abertos- são atrativos, na opinião de Alexandre Annenberg, presidente da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura).

BAIXO CUSTO
Uma inserção de 30 segundos em horário nobre (das 20h às 22h) em um canal de TV por assinatura custa a partir de R$ 3.800 -118 vezes menos que em uma emissora aberta no mesmo período.
"A ascensão da classe C impulsionou a quantidade de assinantes da TV fechada, que, além de ávidos por informação, têm mais poder de compra", frisa Annenberg.
As empresas mais adequadas para veiculação de propaganda nesses canais são as que atuam em nichos, como é o caso da Aquamare.
Além disso, "a propaganda tem que dialogar com o estilo do canal", explica Ana Lúcia Fugulin, professora de mídia da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). Ou seja, divulgar um mercadinho local em uma emissora de celebridades é "estratégia falha", pontua.


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