DA REPORTAGEM LOCAL

Não é só o perfil empreendedor das mulheres brasileiras que se aproxima cada vez mais do dos homens. Os riscos que a atividade empresarial podem representar à saúde também estão em pé de igualdade para os dois sexos.
Uma pesquisa realizada pela Med-Rio Check-up, rede de clínicas especializadas em check-up para executivos, apontou que, de um total de 3.700 empresárias com idade entre 30 e 60 anos, 40% apresentavam "estilo de vida obsessivo por resultados, determinando alto nível de estresse".
"Submetidas a um ritmo acelerado de trabalho, marcado por grande tensão emocional, elas estão sujeitas a doenças coronarianas, sendo fortes candidatas a infartos", observa Gilberto Ururahy, médico especializado em saúde de empresários e um dos responsáveis pela pesquisa.
Alimentação desequilibrada foi observada entre 80% das entrevistadas. "É o início de outros problemas. Com pressa de voltar à empresa, elas recorrem a fast foods e abrem mão da alimentação saudável", diz o médico.
Cerca de 70% apresentavam estilo de vida sedentário, 60% estavam com o peso acima do ideal, 36% eram fumantes e 26% tinham dificuldades para dormir.
"A insônia é fruto do excesso de adrenalina no organismo. Por não dormir direito, ela acorda cansada e recorre a estimulantes como cigarro e cafeína."
Para Ururahy, o desleixo com a saúde é uma atitude pouco inteligente e pode ter consequências desagradáveis, como prejuízos inesperados. "Se ela adoece, quem conduzirá a empresa?"
Foi o que aconteceu com M.F., que prefere não se identificar. Proprietária de uma delicatessen, ela teve de fazer uma angioplastia após ter uma veia obstruída. "Era final de ano, e havia muito a fazer. Mas precisei me afastar e delegar tarefas. Minha ausência refletiu na queda das vendas."
Como "antídoto", o médico recomenda medidas simples, como não abrir mão das horas de sono, ter uma boa alimentação e reservar um tempo para o lazer.



Texto Anterior: Pianista fundou escola que existe desde os anos 40
Próximo Texto: Faculdade cria workshop especial
Índice