São Paulo, domingo, 17 de novembro de 2002


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GESTÃO

Prática deve levar em conta expectativas do mercado, diz especialista americano em finanças

Avalie a sua empresa no longo prazo

DA REDAÇÃO

É preciso mudar radicalmente algumas práticas já consolidadas entre as empresas, tais como o sistema de avaliação de desempenho do negócio baseado apenas em dados financeiros a curto prazo.
A sugestão, polêmica o suficiente para causar calafrios aos administradores menos ousados, é do professor titular da Universidade de Pittsburgh (EUA) Kuldeep Shastri, que esteve em visita ao Brasil na semana passada para dar palestras a executivos.
Em sua apresentação na Câmara Americana de Comércio, em São Paulo, no último dia 12, o professor analisou ainda o papel do novo governo brasileiro.
A seguir, conheça algumas das idéias apresentadas e os principais trechos da entrevista dada por Shastri à Folha.

BRASIL - Para o professor, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva terá de mostrar a que veio. "O que se esperam são melhorias a longo prazo. Mas, para acontecerem, o custo e a origem do dinheiro precisam estar claros."
Shastri ressalta outra dificuldade ao novo governo: a Alca. "Há muito o que ser discutido, pois existem barreiras demais, como políticos que lutam para defender seus interesses." Mas ele traça um panorama favorável para 2003: "Creio na recuperação, embora lenta, dos Estados Unidos, o que beneficiará países emergentes".

EMPREENDEDORISMO - Qual a melhor opção, dentro do atual contexto recessivo: investir no mercado financeiro ou abrir um negócio próprio? De acordo com Shastri, a resposta depende do horizonte planejado pelo investidor: "Se não está preocupado com o que vai acontecer com o dinheiro nos próximos 15 anos, o mercado financeiro é uma opção que pode ser rentável. Isso já não vale para quem vai se aposentar em cinco anos". Para quem quer abrir uma empresa, uma dica: "O risco do negócio é extremamente alto, portanto o cuidado deve ser dobrado em época de recessão".

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO - Muitas empresas hoje se encontram em situação desfavorável, pois estão medindo seu desempenho de forma errada, analisando somente dados financeiros, avalia o professor.
Ele defende a teoria de "expectativa e retornos", segundo a qual as variáveis de expectativa do mercado influenciam até 40% dos resultados. "Mudanças a longo prazo têm um impacto oito vezes maior nos resultados", explica o especialista em finanças.



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