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REFLEXOS DA ECONOMIA
Nova classificação do Brasil deve beneficiar MPEs indiretamente
Preparo do empresário é chave para obter capital
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a classificação do Brasil
como grau de investimento,
espera-se um fluxo maior de
capital para o país. Esse dinheiro deve beneficiar primeiro as
grandes empresas e, indiretamente, as firmas menores.
Fundos internacionais que
não podem investir em países
sem grau de investimento passam a colocar o Brasil -e as
empresas daqui- no foco.
Em razão do crescimento de
grandes companhias, que poderão receber investimento direto, haverá mais demanda por
parceiros de menor porte.
"Os pequenos não têm acesso
direto ao mercado externo, mas
serão beneficiados pelo capital
disponível", aponta Alexandre
Póvoa, diretor da Modal Asset.
Mas, segundo David Kallás,
professor e coordenador de
cursos executivos do Ibmec São
Paulo, há uma "lição de casa":
para aproveitar um cenário potencialmente positivo, é preciso ter práticas mais transparentes de governança corporativa e profissionalizar a gestão.
Iniciativas de organização
também ajudam em empresas
com alto potencial de crescimento -as de base tecnológica,
por exemplo- que queiram
aproveitar a melhoria da clas-sificação do país para atrair
aportes de capital de risco.
"Depois do grau de investimento, diversos fundos irão se
formar a mais com o dinheiro
que vem de fora. O mercado vai
ganhar liquidez", assinala
Eduardo Costa, diretor de inovação da Finep (Financiadora
de Estudos e Projetos).
Clovis Benoni Meurer, diretor da gestora de fundos CRP,
concorda: "Nossos fundos recebiam, em média, até 30% de
investimento externo. Agora,
teremos um fundo com 50% de
capital estrangeiro".
Mas, também nesses casos,
as empresas terão de ser organizadas para mostrar aos fundos que elas apresentam bom
potencial de retorno, com estrutura tecnológica e de gestão,
ensina Olívio Ávila, diretor-executivo da Anpei (Associação
Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das
Empresas Inovadoras).
Gargalo
Apesar da política industrial
e do grau de investimento, há,
ainda, gargalos que dificultam o
crescimento para as micro e
pequenas empresas.
"Temos dificuldades para
implantar pólos tecnológicos,
há pouco incentivo fiscal",
aponta Claudio Gonçalves,
conselheiro do Corecon-SP
(Conselho Regional de Economia). "A burocracia para abrir
empresa, conseguir crédito e
importar é grande, além da carga tributária", enumera.
Para José Geraldo Brasil,
presidente da JGB, que produz
equipamentos de segurança e
está retomando um projeto de
internacionalização, seu maior
problema são os custos de
exportar e importar no país.
"Não adianta criar linhas de
crédito se a infra-estrutura
básica é travada", diz.
(MI)
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