Economista propõe modelo que considere traços locais

JORDANA VIOTTO
DE SÃO PAULO

Em suas aulas de administração intercultural no MBA executivo do Insper, o economista Alfredo Behrens sentia necessidade de oferecer aos alunos material sobre cultura e administração do ponto de vista latino-americano.
Assim surgiu "Cultura e Administração nas Américas".
A obra se propõe a analisar de que maneira a cultura influenciou o desenvolvimento econômico dos países do continente americano e como os estilos de gestão europeu e norte-americano repercutiram nas empresas latinas, principalmente na Argentina e no Brasil.
O objetivo de Behrens é contribuir para a construção de perspectivas locais para os problemas da região.
"É tempo de nos prepararmos para traçar técnicas de administração mais sintonizadas com nossa cultura", destaca Behrens.

VERSÃO DOS EUA
O ponto de partida é o Fórum Econômico Mundial, citado como exemplo de cultura considerada "internacional" e "moderna".
Para Behrens, no entanto, o "homem de Davos acredita que a América Latina deve se transformar em uma versão de fala espanhola ou portuguesa dos Estados Unidos", abordagem que ele contesta.
No segundo capítulo, o economista utiliza alguns dos aspectos históricos que desenharam a região para oferecer ao leitor um panorama da situação atual.
Os sete capítulos seguintes dedicam-se a descrever como a cultura foi moldada na Argentina, no Brasil, nos Estados Unidos e em quatro países europeus -e de que modo ela forjou a economia atual nas sete nações.
O capítulo 11 mostra as ferramentas que podem ser utilizadas para lidar com administração intercultural e os resultados de sua aplicação em alguns países latinos.
É a partir daí que Behrens conduz o leitor ao ponto alto da obra. Os cinco últimos capítulos desenvolvem a ideia de liderança empresarial na região e um retrato da gestão da Argentina e do Brasil.
Da Argentina, menciona líderes cujo pensamento influenciou o modo de gestão.
Do Brasil, fala de como a autoimagem da população foi forjada a partir da literatura e quais foram as consequências disso para o modelo de administração.
Entram na análise ainda a busca de uma identidade brasileira e a insegurança da população "quanto ao seu próprio valor".

BRASIL X ARGENTINA
Para amarrar o conteúdo sobre os dois países, o autor analisa a contribuição das heranças de Argentina e Brasil para as diferenças de ambos em relação aos Estados Unidos -país que "procura integrar seu povo", na avaliação do autor.
Essa é a fundação sobre a qual Behrens constrói o destaque do livro -como funciona o trabalho em equipe na região, quais são os estilos de comunicação, como se dá a percepção do tempo e outros aspectos da gestão influenciados pela cultura.
No último capítulo, o autor propõe algumas soluções para a adoção de uma cultura latino-americana de administração -levando em consideração características como a falta de recursos para realizar boas pesquisas.

Os consultores propõem um debate sobre motivação como elemento de sucesso. Com citações a personagens históricos tão diversos quanto Platão e Albert Sabin e referências a livros e filmes, eles abordam a importância da motivação e procuram oferecer ao leitor ferramentas para descobrir suas fontes e para manter a "chama" acesa.

Coordenador do Centro de Governança Corporativa da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), Silveira dá um panorama geral sobre o assunto e foca temas pontuais como governança em empresas familiares. O último capítulo é dedicado a casos de organizações que enfrentaram problemas.

Presidente do Grupo Direct Channel, de soluções para canais de vendas, Roccato tem como objetivo mostrar aos profissionais dessa área como podem vender valor.
Para isso, ele inicia com o processo de comercialização, passando pela composição de preço e pela estratégia de abordagem do consumidor, até chegar à implementação de indicadores para controle dos resultados.

A obra dos consultores norte-americanos é um guia de linguagem fácil e acessível, que procura auxiliar o gestor a organizar a empresa para atravessar momentos de crise como o vivido em 2009. Forsyth e Kay propõem exercícios e análises que têm como objetivo colocar na prática o conteúdo de cada um dos 52 capítulos.


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