São Paulo, domingo, 18 de setembro de 2011


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ENTREVISTA

Receio de falhar trava processo de inovação

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

Baba Shiv é professor de marketing da Graduate School of Business da Universidade Stanford. Ele publicou um estudo em que relaciona inovação ao medo de fracassar. Segundo a tese, quem tem receio de falhar não consegue formular grandes novidades para o processo organizacional.

Como surgiu o interesse por inovação em empresas?
Baba Shiv - Dou aulas de MBA na escola de negócios e também na de design.
Os alunos de negócios aparecem com ideias que logo são jogadas fora -uso um termo para isso, "análise para paralisação". Eles ficam analisando o que pode acontecer e nada acontece.
Na escola de design, logo depois de eu ensinar, as pessoas dizem "legal, vamos ver o que acontece". Os alunos de MBA, em geral, têm mais medo de falhar.

E a que você credita isso?
Foram criados assim. Há uma cultura educacional, talvez no mundo inteiro, que pouco tolera tentativas de coisas novas. Pessoas bem-sucedidas, no sentido de que tiveram boas notas e que trabalham nas maiores empresas, são boas no que têm que fazer, e não porque fizeram desvios no caminho e tentaram algo novo.

Há empresas que não podem custear falhas. Como inovar mesmo assim?
Se uma empresa for falhar em algum processo de inovação, que seja uma vez só, e rapidamente. Mas o mais importante é que a inovação deve ser no nível individual, e não organizacional. O interessante é as organizações fazerem isso [inovação] com pequenas quantias de dinheiro.

O que é "jugad", e como ela leva à inovação?
Na Índia, país pobre, conhecemos essa noção de "jugad" [que significa se virar com o que se tem à mão] e a usamos nos negócios há séculos. Ela leva à inovação de várias maneiras. Lá, por exemplo, lojistas vendem sachês com quantidades individuais de xampu. Fabricantes perceberam a oportunidade e passaram a vender os sachês também.



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