São Paulo, domingo, 19 de junho de 2011


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Cheques têm resistência de varejistas

Deixar de aceitar documento pode impactar vendas, afirma especialista

DE SÃO PAULO

O medo de perder pagamentos faz com que muitos lojistas deixem de aceitar cheques e boletos e passem a operar somente no cartão.
A empresária Núbia Cavalher, 26, que vai abrir em São Paulo uma filial da loja de moda feminina que pertence a sua família em Brasília, diz que nem cogitou aceitar outra forma de pagamento parcelado que não o cartão.
A loja do Distrito Federal não aceita cheques há seis anos. "O que é parcelado no cartão é pago pela operadora e não dá dor de cabeça." Mas há quem, como Edison Severo Maltoni, 42, proprietário da Perfil Informática, em Jundiaí (58 km de São Paulo), não possa dispensar os cheques. Eles são fundamentais para manter a clientela, garante o empresário.
No passado, diz ele, teve problemas com consumidores que, após efetuarem a compra, sustavam cheques, alegando que o talão havia sido roubado ou perdido. Para evitar novos desentendimentos e brigas judiciais ""que custam às vezes mais do que a margem de lucro dos produtos"", Maltoni criou um carimbo que valida o verso do cheque como documento. Pelo texto, o cliente se compromete a não sustá-lo, sob pena de ser processado por estelionato.
"Quando [o cheque] é de uma conta muito nova, fazemos um cadastro completo, com endereço, nomes do pai e da mãe e comprovantes de renda e de residência." Ainda assim, em maio deste ano, a taxa de inadimplência na Perfil foi de 4%.
Para Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), não oferecer parcelamento e recusar cheques pode ser arriscado.
"É fato que o consumidor brasileiro procura financiamento. Se eu não ofereço, perco o cliente para as grandes companhias, que têm várias opções de parcelamento disponíveis", considera.
A tecnologia também pode ser aliada. Marcelo Castro, organizador do Ecom 2011 (seminário de comércio eletrônico e meios de pagamento), afirma que ferramentas como tablets podem unir consulta a serviços de proteção ao crédito e efetivação das compras. A tendência é que as vendas sejam feitas de forma mais personalizada.


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