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em foco
Metade das fábricas de artigos de limpeza estão irregulares
Entidades se unem para auxiliar empresários do setor
PAULA NUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
De um universo de 3.300 fabricantes de produtos de limpeza, quase a metade -1.600-
é informal. Fiscalização falha,
falta de informação e dificuldades burocráticas impostas por
órgãos reguladores são as principais causas dessa realidade.
O resultado são produtos
vendidos sem controle de qualidade e que podem causar
danos à saúde dos usuários. A
água sanitária representa bem
o que acontece nesse mercado:
50% de toda a produção comercializada no país é irregular.
Os números são de um levantamento da Abipla (Associação
Nacional das Indústrias de Produtos de Limpeza) e da Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e refletem a concorrência que permeia o setor.
"O produto clandestino chega a ser 80% mais barato que
o regularizado", compara Maria Eugenia Saldanha, diretora-executiva da Abipla.
Caminho árduo
Regularizar-se, no entanto,
não é tarefa das mais fáceis.
O temor de ter as portas de sua
empresa fechadas pela vigilância sanitária -além do medo de
arcar com pesadas multas- é
o que preocupa o empresário
P.N.B., 42. Ele fabrica produtos
de limpeza na periferia da capital paulista há 13 anos.
Com o tempo, conquistou
mercado e diversificou a gama
de produtos: hoje, são mais de
cem e todos controlados por
um químico responsável.
Conseguiu formalizar o negócio e ter CNPJ, mas desde 2005
tenta regularizar seus produtos
com a vigilância sanitária de
São Paulo e não consegue.
Diminuir a lacuna entre a
Anvisa, seus representantes locais e os pequenos empresários
do setor, que atuam na informalidade plena ou parcial, e
ampliar a fiscalização são metas da agência para os próximos
meses, revela o diretor-presidente, Dirceu Raposo de Mello.
"A intenção agora não é multar ou fechar, mas abrir um canal de comunicação para que
essas empresas tenham acesso
às certificações", explica.
Um primeiro passo nessa direção foi dado: no dia 17 de junho o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), a Abipla e a Anvisa assinaram uma carta de intenções para formalizar o setor.
"Há muita falta de informação. Vamos auxiliar as empresas nesse sentido", diz Jorge
Rincon, diretor do Sebrae.
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