São Paulo, domingo, 19 de agosto de 2007


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ARTE SEM FRONTEIRAS

Galerias de arte miram o mercado internacional

Participação em feiras valoriza artista brasileiro e aquece vendas

SILAS MARTÍ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um brinde com champanhe sela a venda de uma obra de arte no último andar de um prédio em São Paulo.
A baixa temperatura da bebida contrasta com o calor das negociações, que geralmente envolvem alguns investimentos de alto risco. E com o aquecimento do mercado para os galeristas, tanto em São Paulo como no exterior.
Esse impulso na venda das obras de artistas brasileiros pode ser comprovado com o aparecimento de uma série de galerias em São Paulo -ao menos sete foram inauguradas nos últimos dois anos- e com o surgimento de uma nova classe de colecionadores, que criaram um mercado para obras a preços mais acessíveis.
O cenário também favorece uma presença maciça de galerias brasileiras em feiras no exterior, na expectativa de aumentar o prestígio por aqui de artistas que se tornam cada vez mais reconhecidos lá fora.
Um impulso para participar desses eventos vem de parceria da Apex (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos) com a Fundação Bienal para financiar até 30% dos custos de participação em feiras internacionais. São gastos que variam de US$ 20 mil a US$ 40 mil para cada galeria.
O projeto "Brasil Arte Contemporânea" é a primeira ação conjunta para o setor e já destinou até agora US$ 65 mil para levar nove galerias nacionais a feiras no México e na Suíça -a galeria Nara Roesler foi a primeira a receber o benefício quando participou, em abril, da Maco (México Arte Contemporaneo), feira realizada na Cidade do México.

Impulso nas vendas
O programa pretende ainda trazer colecionadores e críticos de arte estrangeiros para conhecer galerias brasileiras, com ênfase em instituições fora do eixo Rio-São Paulo. "A gente tem a meta de atingir seis mercados internacionais importantes", diz Cristiano Braga, gestor de projetos da Apex.
Está nos planos da agência atender até 30 galerias de sete Estados a cada ano. Uma vez aceito pela curadoria da feira internacional, o galerista recebe o recurso. Todos os que vão participar de feiras em uma determinada cidade no exterior recebem o mesmo valor. O projeto agora atende as principais feiras de Cidade do México, Basiléia (Suíça), Londres e Miami.
Com menos de um ano, o projeto é considerado piloto, mas a idéia, além de aumentar vendas no exterior, é organizar o setor no Brasil. "Participar de feiras internacionais dá credibilidade para a galeria no mercado interno", diz Camila Siqueira, da galeria Oeste.
"Acho importante essa ajuda. A galeria foi muito melhor nessa última feira, a gente vendeu mais. E a presença abre muitas portas para a arte brasileira. É um investimento a longo prazo", conta Marília Razuk, dona da galeria que leva seu nome.

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