|
Próximo Texto | Índice
ARTE SEM FRONTEIRAS
Galerias de arte miram o mercado internacional
Participação em feiras valoriza artista brasileiro e aquece vendas
SILAS MARTÍ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um brinde com champanhe
sela a venda de uma obra de arte no último andar de um prédio em São Paulo.
A baixa temperatura da bebida contrasta com o calor das
negociações, que geralmente
envolvem alguns investimentos de alto risco. E com o aquecimento do mercado para os
galeristas, tanto em São Paulo
como no exterior.
Esse impulso na venda das
obras de artistas brasileiros pode ser comprovado com o aparecimento de uma série de galerias em São Paulo -ao menos
sete foram inauguradas nos últimos dois anos- e com o surgimento de uma nova classe de
colecionadores, que criaram
um mercado para obras a preços mais acessíveis.
O cenário também favorece
uma presença maciça de galerias brasileiras em feiras no exterior, na expectativa de aumentar o prestígio por aqui de
artistas que se tornam cada vez
mais reconhecidos lá fora.
Um impulso para participar
desses eventos vem de parceria
da Apex (Agência de Promoção
de Exportações e Investimentos) com a Fundação Bienal para financiar até 30% dos custos
de participação em feiras internacionais. São gastos que variam de US$ 20 mil a US$ 40
mil para cada galeria.
O projeto "Brasil Arte Contemporânea" é a primeira ação
conjunta para o setor e já destinou até agora US$ 65 mil para
levar nove galerias nacionais a
feiras no México e na Suíça -a
galeria Nara Roesler foi a primeira a receber o benefício
quando participou, em abril, da
Maco (México Arte Contemporaneo), feira realizada na Cidade do México.
Impulso nas vendas
O programa pretende ainda
trazer colecionadores e críticos
de arte estrangeiros para conhecer galerias brasileiras, com
ênfase em instituições fora do
eixo Rio-São Paulo. "A gente
tem a meta de atingir seis mercados internacionais importantes", diz Cristiano Braga,
gestor de projetos da Apex.
Está nos planos da agência
atender até 30 galerias de sete
Estados a cada ano. Uma vez
aceito pela curadoria da feira
internacional, o galerista recebe o recurso. Todos os que vão
participar de feiras em uma determinada cidade no exterior
recebem o mesmo valor. O projeto agora atende as principais
feiras de Cidade do México, Basiléia (Suíça), Londres e Miami.
Com menos de um ano, o
projeto é considerado piloto,
mas a idéia, além de aumentar
vendas no exterior, é organizar
o setor no Brasil. "Participar de
feiras internacionais dá credibilidade para a galeria no mercado interno", diz Camila Siqueira, da galeria Oeste.
"Acho importante essa ajuda.
A galeria foi muito melhor nessa última feira, a gente vendeu
mais. E a presença abre muitas
portas para a arte brasileira. É
um investimento a longo prazo", conta Marília Razuk, dona
da galeria que leva seu nome.
Próximo Texto: Uma casa por uma feira Índice
|