|
Texto Anterior | Índice
ESTRATÉGIA
Após pesquisas nos pontos, proposta de empresários é instalar duas lojas no mesmo centro comercial
Marcas apostam em "2 em 1" nos shoppings
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O cliente caminha pelo primeiro andar do shopping, vê uma farmácia e acaba fazendo uma compra. Sobe as escadas rolantes e
-surpresa!- dá de cara com a
mesma farmácia.
Não é sonho nem alucinação: é
estratégia. Segundo as empresas
que apostam na idéia, ter duas lojas iguais no mesmo shopping
center é uma maneira de aumentar a clientela e de oferecer um
serviço melhor ao consumidor.
Na rede Drogão, por exemplo, a
dobradinha já existe em cinco
grandes shoppings da capital
paulista. Segundo Nelson de Paula, 54, diretor de marketing da
empresa, a tática foi adotada depois de pesquisas que avaliaram o
comportamento do consumidor.
A conclusão foi interessante:
nos shoppings, as pessoas também tendem a se concentrar em
núcleos, como na cidade. Se a turma que freqüenta a praça Vilaboim, em Higienópolis (região
central), é diferente da que freqüenta a praça da República, o
mesmo ocorreria nos megaempreendimentos de shoppings.
"As pessoas têm a tendência a
freqüentar um determinado núcleo, o mesmo andar, o mesmo
cantinho do shopping", defende o
diretor de marketing. "É duro ter
peito para abrir a segunda loja. Só
partimos para isso depois de fazer
vários testes. Não queríamos correr o risco de canibalizar nossa
própria operação", lembra.
A experiência também tem lugar na rede World Tennis, que incentiva os franqueados a abrir sua
segunda unidade no mesmo endereço quando estudos mostram
que o local comporta essa atitude.
"No nosso negócio, grande parte das compras ocorrem por impulso", argumenta Eugênio Ferreira, diretor da franqueadora.
Marcas como Mc Donald's, O
Boticário, Kopenhagen, Bob's,
Mr. Pretzels, Casa do Pão de
Queijo, Arezzo e Julian Marcuir
concordam: vale a pena ter dois
pontos-de-venda no mesmo centro comercial. Uma das vantagens
é dominar o terreno que poderia
ser ocupado pela concorrência.
Em alguns casos, sobretudo na
área de alimentação, a aposta é
nos quiosques, que exigem menos investimento, permitem mobilidade e aproveitam a estrutura
da primeira loja. Em outros, como no caso da Siberian (com lojas
só de moda masculina e outras só
de feminina) e da VR (que criou a
marca VR Kids), a proposta é a
segmentação pelo público: separar para melhor atender.
Regulamentos
Para partir para o segundo ponto, no entanto, é preciso ter o aval
do shopping, que nem sempre
permite a repetição. É o caso, por
exemplo, dos disputados espaços
do Iguatemi, que, para assegurar
seu plano para o mix de lojas,
adota há alguns anos política rígida de seleção de lojistas.
Já no shopping Ibirapuera, é
permitido abrir o segundo ponto.
Lá, nada menos do que 17 marcas
apostam em mais de um ponto-de-venda, entre lojas e quiosques.
Texto Anterior: Em foco: Padarias apostam em self-service e até em bistrô Índice
|