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São Paulo ganha 13 albergues em 3 anos
Mercado de "hostel" quintuplicae procura solução para saturação
JORDANA VIOTTO
DE SÃO PAULO
O número de "hostels" em
São Paulo quintuplicou nos
últimos três anos. Se em 2007
existiam três estabelecimentos desse tipo na cidade, hoje
eles já são 16, segundo levantamento feito pela Folha
com empresários do setor.
Esse aumento indica animação de empresários com a
possibilidade de a capital
paulista ingressar na rota turística a partir da Copa-2014 e
atrair mais mochileiros, principais clientes de albergues.
O mercado, contudo, já dá
sinais de aquecimento.
Quem tem experiência nesse
ramo confirma maior demanda em comparação com
anos anteriores.
Cida Ferreira, 28, sócia do
São Paulo Downtown Hostel,
no centro, assinala que há
hóspedes que preferem o albergue mesmo podendo ficar
em bons hotéis. "Gostam de
conhecer novas pessoas."
Mas, por enquanto, eles
não são maioria. "O brasileiro ainda prefere uma semana
em resort a um mês em "hostel'", afirma Rui José de Oliveira, coordenador de pós-graduação em administração
hoteleira no Senac São Paulo
(Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).
Outro entrave é que a explosão da oferta pode gerar
uma guerra de preços e o sucateamento do setor.
Para regular o mercado, os
proprietários criaram a Associação de Hostels da Cidade
de São Paulo, que elegerá seu
presidente no fim do mês.
"Queremos a concorrência
saudável", diz Sávio Henrique, 30, sócio do Casa Club
Hostel, aberto em 2008.
Outro objetivo da entidade
é facilitar o diálogo com o poder público e buscar o estímulo ao turismo de lazer.
PREFERÊNCIA
O caminho será longo. Segundo a SPTuris (empresa de
turismo ligada à prefeitura),
em 2009 apenas 10,9% dos
visitantes vieram a lazer. A
maioria (56,1%) esteve na cidade a negócios.
"Quem viaja a trabalho
prefere hotéis de baixo custo", avalia John Auton, sócio
da consultoria Deloitte.
Também costuma selecionar os albergues mais próximos das estações de metrô.
"Hoje, ele [o hóspede] fica
de dois a três dias e precisa se
locomover rapidamente",
explica Allan Sztokfisz, 28,
sócio do Okupe Hostel, aberto em julho de 2009.
O Okupe fica a 800 metros
da estação Vila Mariana -o
que, segundo ele, garantiu a
boa demanda no primeiro
ano de funcionamento.
Isso o animou a investir o
lucro em uma segunda unidade, inaugurada há dois
meses, desta vez, próxima
ao metrô Clínicas.
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