Sistemas gratuitos na internet permitem monitorar as empresas fornecedoras e aderir a pactos

Marcelo Justo/Folha Imagem

RESÍDUO LUCRATIVO
Fernando Boleiz tem uma fábrica de brinquedos em São Paulo e usa em seus produtos aparas de madeira certificada; a empresa recebeu a consultoria de gestão ambiental oferecida pelo Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)

ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Micro e pequenos empresários não têm mais desculpa para não inserir a sustentabilidade na estratégia do negócio -tema há muito apregoado.
Ferramentas disponíveis gratuitamente na internet rastreiam práticas socioambientais de fornecedores e mostram como aplicar procedimentos sustentáveis na empresa.
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), por exemplo, tem uma página em que é possível localizar atividades irregulares por região, CPF, CNPJ e atividade econômica.
"O empresário pode consultar [as firmas] de que compra carne, soja, grãos [por exemplo]", disse à Folha a ex-ministra do Meio Ambiente e senadora Marina Silva (PT-AC).
A "lista suja" do trabalho escravo e um pacto contra a prática também estão disponíveis em uma mesma página.

Cadeia
Outros endereços permitem o acesso a bancos de práticas que instruem sobre o relacionamento com o público interno (funcionários) e o externo (clientes e fornecedores).
Segundo Caio Magri, assessor de políticas públicas do Instituto Ethos, estar dentro da lei na relação com os fornecedores é fundamental.
"O empresário deve pedir declarações sociais e ambientais, estar atento ao que os meios de comunicação falam sobre a indústria envolvida e buscar apoio para que os sindicatos ofereçam ferramentas para uma gestão mais sustentável."
Foi isso que fez Eduardo Vaz, 44, dono de três oficinas mecânicas em São Paulo. Ele começou com a destinação correta do óleo usado, que vende para cooperativas licenciadas, e com a reciclagem dos solventes.
O passo seguinte foi pedir a uma fábrica que desenvolvesse uma tinta automotiva à base de água, no lugar de óleo. Agora, Vaz irá reformar uma das oficinas para transformá-la em modelo para outros negócios e investir na comunicação das ações sustentáveis aos clientes.
O empresário incentiva as companhias de seguro a demandarem das outras oficinas que sigam essas práticas, difundindo a sustentabilidade. "Tento mobilizar um grupo."
Veja na página 3 sites e organizações que permitem rastrear a cadeia produtiva e indicam práticas sustentáveis.

40%
foi a economia de matéria-prima das empresas que aderiram ao programa de gestão ambiental do Sebrae-SP, que recebe inscrições em www.sebraesp.com.br


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