São Paulo, domingo, 19 de novembro de 2006


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QUEM DÁ MAIS?

Materiais leiloados abastecem empresas

Produtos devem ser analisados pessoalmente antes do arremate

Renato Stockler/Folha Imagem
Empresário faz seu lance em leilão de materiais e equipamentos promovido pela Sodré Santoro


MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Comprar em leilão pode, à primeira vista, parecer simples: quem oferece o maior lance leva o produto. A lógica, contudo, pode acabar pesando no bolso do comprador, caso ele não se atenha a algumas premissas básicas antes de fazer a sua oferta.
No pregão, os bens são vendidos no estado em que se encontram - não há garantia de funcionamento nem possibilidade de devolução do produto depois de arrematado. O comprador, segundo a lei, deve, ainda, pagar uma comissão de 5% do valor da venda ao leiloeiro.
Por isso é recomendável que o empresário veja pessoalmente os bens e, se possível, leve um especialista para avaliá-los. "Não se pode esquecer de somar a comissão do leiloeiro. Já vi muita gente tomar um susto na hora de pagar o produto", destaca Moacir de Santi, leiloeiro da Sodré Santoro.
Para não cair na tentação de "dar um lance maior do que a perna", Henrique José de Assis Souza, 21, sócio da Lajota, empresa de materiais reciclados, escreve na lista de produtos o valor máximo que pode pagar. "É uma forma de me policiar."
Para o professor de economia Flávio Menezes, da Universidade Nacional da Austrália, a tática é acertada. "Deve-se dar lances até atingir o valor máximo que quer pagar."
Não são só os bens que os compradores devem verificar. A idoneidade do leiloeiro também é fundamental para que a venda ocorra de acordo com a lei, segundo o desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo Rui Geraldo Camargo Viana. "O profissional deve estar inscrito na Junta Comercial e, portanto, responder pela autenticidade do objeto. Assim, não há o risco de o comprador ser responsabilizado por crime de receptação."
Apesar de não ser uma escolha óbvia para empresários na hora de adquirir produtos como maquinário, móveis e itens de revenda, opções não faltam a quem se interessa por leilões. Segundo a Junta Comercial do Estado de São Paulo, só na capital paulista são realizados cerca de 350 pregões por mês.

Venda
Se a compra em leilões pode ser vantajosa ao empreendedor, a venda não é recomendada, aponta o consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) Jorge Luiz Pereira.
"Para que o leilão seja uma opção de desova de estoque, deve-se conhecer o valor mínimo de seu produto, o que, muitas vezes, não ocorre", explica.
Ronaldo Santoro, sócio-diretor do Superbid, empresa especializada na recuperação de ativos, diz que a venda por leilão tradicional é feita por grandes empresários, mas os micro e pequenos podem recorrer à internet para realizar suas transações (leia a página ao lado).
Para vender por pregão, diz Santoro, é preciso negociar as condições de venda, além de atestar a origem do produto.


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