|
Próximo Texto | Índice
QUEM DÁ MAIS?
Materiais leiloados abastecem empresas
Produtos devem ser analisados pessoalmente antes do arremate
Renato Stockler/Folha Imagem
|
Empresário faz seu lance em leilão de materiais e equipamentos promovido pela Sodré Santoro |
MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL
Comprar em leilão pode, à
primeira vista, parecer simples:
quem oferece o maior lance leva o produto. A lógica, contudo,
pode acabar pesando no bolso
do comprador, caso ele não se
atenha a algumas premissas básicas antes de fazer a sua oferta.
No pregão, os bens são vendidos no estado em que se encontram - não há garantia de funcionamento nem possibilidade
de devolução do produto depois de arrematado. O comprador, segundo a lei, deve, ainda,
pagar uma comissão de 5% do
valor da venda ao leiloeiro.
Por isso é recomendável que
o empresário veja pessoalmente os bens e, se possível, leve
um especialista para avaliá-los.
"Não se pode esquecer de somar a comissão do leiloeiro.
Já vi muita gente tomar um
susto na hora de pagar o produto", destaca Moacir de Santi,
leiloeiro da Sodré Santoro.
Para não cair na tentação de
"dar um lance maior do que a
perna", Henrique José de Assis
Souza, 21, sócio da Lajota, empresa de materiais reciclados,
escreve na lista de produtos o
valor máximo que pode pagar.
"É uma forma de me policiar."
Para o professor de economia Flávio Menezes, da Universidade Nacional da Austrália, a tática é acertada. "Deve-se
dar lances até atingir o valor
máximo que quer pagar."
Não são só os bens que os
compradores devem verificar.
A idoneidade do leiloeiro também é fundamental para que a
venda ocorra de acordo com a
lei, segundo o desembargador
aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo Rui Geraldo
Camargo Viana. "O profissional
deve estar inscrito na Junta
Comercial e, portanto, responder pela autenticidade do objeto. Assim, não há o risco de o
comprador ser responsabilizado por crime de receptação."
Apesar de não ser uma escolha óbvia para empresários na
hora de adquirir produtos como maquinário, móveis e itens
de revenda, opções não faltam a
quem se interessa por leilões.
Segundo a Junta Comercial do
Estado de São Paulo, só na capital paulista são realizados cerca
de 350 pregões por mês.
Venda
Se a compra em leilões pode
ser vantajosa ao empreendedor, a venda não é recomendada, aponta o consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas
Empresas) Jorge Luiz Pereira.
"Para que o leilão seja uma
opção de desova de estoque, deve-se conhecer o valor mínimo
de seu produto, o que, muitas
vezes, não ocorre", explica.
Ronaldo Santoro, sócio-diretor do Superbid, empresa especializada na recuperação de ativos, diz que a venda por leilão
tradicional é feita por grandes
empresários, mas os micro e
pequenos podem recorrer à internet para realizar suas transações (leia a página ao lado).
Para vender por pregão, diz
Santoro, é preciso negociar as
condições de venda, além de
atestar a origem do produto.
Próximo Texto: Leilão reverso pode ser opção para firma pequena Índice
|