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NA PONTA DO LÁPIS
Adesão só deve ocorrer após cálculo personalizado
Categorias de "exceção" podem ser prejudicadas pelo novo sistema
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Como sugere o nome da cobrança, o objetivo do governo
federal com o tributo unificado
é simplificar a vida de micro e
pequenos empresários.
Ainda assim, é preciso calcular com atenção para assegurar
que a opção pelo Simples Nacional é vantajosa.
Para Ricardo Tortorella, diretor-superintendente do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas
Empresas), a adoção do sistema é satisfatória para grande
parte das micro e das pequenas
empresas. Para algumas categorias de atividade, contudo, a
carga tributária pode ser maior.
"Deve-se consultar o contador quando for o caso e aplicar
os simuladores. Cada um precisa cuidar para ver se não cai
nessa exceção", ressalta.
O ideal é que os cálculos
-que de simples pouco têm-
sejam feitos por especialistas.
Valdir Amorim, consultor de
impostos da IOB, explica, de
forma resumida, qual a conta
que deve ser feita: "É preciso
somar a receita bruta dos últimos 12 meses, consultar o valor
obtido na tabela referente a sua
atividade e verificar em qual
faixa de alíquota se encontra".
Anotado esse percentual, deve-se compará-lo com as modalidades nos regimes de lucro
presumido e de lucro real. "Dos
três, o empresário vai escolher
o menor", indica Amorim.
As microempresas devem
ter, no ano-calendário anterior,
receita bruta igual ou inferior a
R$ 240 mil para ficarem no sistema. Já as de pequeno porte,
até R$ 2,4 milhões. Se ultrapassarem o limite, serão excluídas.
Especialistas ouvidos pela
Folha dizem que a opção pelo
Simples Nacional é melhor para o comércio. As prestadoras
de serviço e os profissionais liberais são os mais prejudicados, já que a cobrança do INSS
(Instituto Nacional do Seguro
Social) é maior quanto menos
empregados as empresas têm.
Formais x informais
Alguns benefícios do Simples
Nacional, como favorecimento
na ordem de preferência em licitação pública, somados à previsão de melhores condições
macroeconômicas, foram divulgados como estímulos para
informais se regularizarem.
"Essa é a oportunidade de o informal formalizar seu negócio",
sentencia o diretor do Sebrae.
De acordo com Tortorella, a
relação é de 1 empresa informal
(3,5 milhões) para cada 2 formais (7 milhões) no Brasil.
Essa visão, entretanto, não é
compartilhada por José Maria
Chapina Alcazar, presidente do
Sescon-SP (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis).
Para ele, ao contrário, o Simples Nacional incentiva a informalidade. "Nós defendemos
um sistema mais simplificado.
Para nós não interessa esse tipo
de complexidade", assinala.
Segundo a Receita Federal,
109 mil empresas novas optaram pelo sistema, mas não há
como diferenciar as que são
realmente iniciantes das que já
existiam e se formalizaram por
causa do Simples Nacional.
(IG)
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